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Na Alemanha, milhares de pessoas comemoram legalização do casamento gay
Casamento gay foi aprovado em 30 de junho com voto contrário da chanceler Angela Merkel
Centenas de milhares pessoas comemoraram neste domingo (9) com um colorido desfile em Colônia a recente aprovação no Parlamento alemão da legalização do casamento homossexual e se manifestaram contra a discriminação e a favor dos direitos do coletivo LGTBI.
O desfile foi realizado no marco de um fim de semana de comemorações, que teve início na sexta-feira com uma chuva de corações vermelhos pelo ministro da Justiça, o social-democrata Heiko Maas.
Sob o lema "Nunca mais", os organizadores queriam prestar homenagem aos homossexuais perseguidos pelo regime nazista.
Casamento gay é comemorado neste domingo (9) em Colônia, na Alemanha (Foto: Henning Kaiser / AFP)
Um total de 175 bandeiras com as cores do arco-íris colocadas em um das pontes da cidade lembravam o artigo 175 do Código Penal, herdado do século XIX, endurecido na época nazista e não abolido até 1994, pelo qual foram abertos cerca de 64 mil processos penais contra homossexuais entre 1949 e o início dos anos 90.
Em março deste ano, o Conselho de Ministros da Alemanha aprovou um projeto de lei para indenizar e anular as condenações impostas desde o final da II Guerra Mundial com base nesse artigo.
Vários políticos se somaram às comemorações, entre eles a prefeita de Colônia, Henriette Reker, que afirmou que os participantes do desfile tinham motivos para comemorar o "casamento para todos", mas que a discriminação contra os homossexuais segue presente na sociedade.
Participantes de parada LGBT na Alemanha comemoram aprovação do casamento gay (Foto: Henning Kaiser / AFP)
Merkel foi contra
O Parlamento alemão, com o voto contra da chanceler, Angela Merkel, aprovou no último dia 30 junho a legalização do casamento homossexual em uma polêmica sessão, na qual os social-democratas decidiram abalar o acordo de coalizão com os conservadores, a três meses das eleições gerais.
A iniciativa tinha ficado fora do acordo de grande coalizão firmado em 2013 e o Partido Social Democrata (SPD), que respeitou o pacto nos últimos quatro anos, advertiu que a questão seria requisito imprescindível para participar de um futuro governo, o mesmo que fizeram os liberais e os verdes.
Perante esse cenário, Merkel abriu as portas para uma "decisão em consciência" e o SPD decidiu forçar uma votação sem esperar as eleições de 24 de setembro, para a qual a chanceler deu a seus deputados liberdade de voto.
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