Mundo

Ramadã afegão mais sangrento desde 2001 tem mais de 200 mortos e 700 feridos

Mês sagrado para os muçulmanos foi marcado por atentados

Por AFP / G1 24/06/2017 16h18
Ramadã afegão mais sangrento desde 2001 tem mais de 200 mortos e 700 feridos
Reprodução - Foto: Assessoria

O Afeganistão viveu neste ano o mês do Ramadã mais violento desde a invasão americana de 2001, segundo uma contagem da AFP na véspera do Eid al-Fitr, o fim do jejum, com pelo menos 200 mortos, civis em sua maioria, e 700 feridos.

Este mês sagrado para os muçulmanos, que começou em 27 de maio, esteve particularmente marcado por um atentado com um caminhão-bomba em pleno centro de Cabul, em 31 de maio. O pior ataque contra o bairro diplomático da capital do país em 16 anos deixou um balanço de pelo menos 150 mortos - todos afegãos - e 400 feridos.

O atentado, que não foi reivindicado, provocou protestos contra a insegurança com centenas de manifestantes, quatro dos quais morreram por disparos da polícia.

Três suicidas se explodiram no dia seguinte, 2 de junho, durante o funeral de uma das vítimas, matando outras sete pessoas.

Um cão corre perto do local da explosão de um carro-bomba em Cabul, no Afeganistão, em 31 de maio (Foto: Shah Marai/AFP)

O massacre de 31 de maio e as ações seguintes afetaram muito Cabul, cujos habitantes se mostravam temerosos diante da possibilidade de novos atentados.

As hostilidades começaram desde o primeiro dia de jejum, com a explosão em Khost de um carro-bomba dos talibãs, cujo objetivo era uma milícia local financiada pela CIA: o balanço foi de 13 mortos e seis feridos.

Os talibãs, mas também os extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) - instalados principalmente no leste e que se destacam por seus ataques contra a minoria xiita -, tentaram contra uma mesquita xiita em Cabul, local de orações em Herat e várias posições das forças de segurança nas províncias de Parwan e Paktia, causando 20 mortos e dezenas de feridos.

"Foi o mês mais mortal para os afegãos religiosos e todos aqueles que fazem o jejum", confirmou à AFP um analista político, o general Abdul Wahid Taqat.

"Matam por todas as partes, por onde podem, nas mesquitas, nas ruas [...] porque acreditam que quanto mais matam, maior será a recompensa", acrescentou.

Três dias antes da celebração do Eid al-Fitr, no domingo (25), um carro-bomba matou 34 pessoas e feriu outras 60 na quinta-feira em Lashkar Gah, capital de Helmand no sul.

O atentado, em frente a uma sucursal do New Kabul Bank, teve como alvo uma multidão de civis e membros das forças de segurança que esperavam para retirar os seus salários.

A animação que precede esta celebração do fim do Ramadã tem sido discreta este ano, em particular em Cabul, onde são temidos novos ataques por partes de extremistas que acreditam, nesta ocasião em particular, conseguir uma entrada direta para o paraíso.