Mundo
Polícia trata atropelamento em Londres como terrorismo
Van avançou sobre fiéis na região de Finsbury Park, no norte de Londres. Uma pessoa foi presa
A polícia trata como terrorismo o atropelamento que terminou com uma pessoa morta e dez feridas perto de uma mesquita em Finsbury Park, no norte de Londres, na madrugada desta segunda-feira (19). O motorista foi contido pela população e preso pela polícia.
"Estamos mantendo a mente aberta. A ação está sendo tratada como um ataque terrorista e o Comando contra o Terrorismo está investigando", disse Neil Basu, o coordenador da polícia anti-terrorismo, segundo a rede americana CNN.
O motorista jogou o carro sobre fiéis que deixavam uma mesquita à 0h20 (horário local, 20h20 de domingo em Brasília). Durante o Ramadã, mês sagrado para os muçulmanos, os fiéis jejuam do alvorecer até o anoitecer e costumam rezar até a madrugada.
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Um homem que já recebia atendimento no local antes do atropelamento morreu e a polícia ainda não sabe dizer se a morte foi provocada pelo choque com a van.
"O ataque ocorreu quando o homem já estava recebendo primeiros socorros no local. Infelizmente esse homem morreu. Qualquer ligação causal entre sua morte e o ataque fará parte da investigação. Mas é muito cedo para dizer se a sua morte foi resultado desse ataque", afirmou Basu.
Dos dez feridos, dois foram atendidos no local com ferimentos leves e oito foram hospitalizados. Dois estão internados em estado grave, segundo a polícia. Todas as vítimas são muçulmanas.
Agiu sozinho
A premiê britânica, Theresa May, afirmou que o suspeito de atacar o grupo que saía da mesquita atuou sozinho, de acordo com as primeiras conclusões dos investigadores. Ela participa de uma reunião de emergência para discutir a questão da segurança.
Abdul Rahman, que ajudou a deter o suspeito, disse à BBC que ele afirmou que queria "matar todos os muçulmanos". A polícia não divulgou a identidade do suspeito detido, mas informou que se trata de um homem de 48 anos que foi levado para um hospital para uma avaliação de saúde mental.
Islamofobia
O conselho muçulmano britânico (Muslim Council of Britain, em inglês) emitiu um comunicado em que "aparentemente, segundo relatos de testemunhas, o autor foi motivado por islamofobia".
Segundo o documento, assinado pelo secretário-geral do conselho, Harun Khan, "nas últimas semanas e meses, muçulmanos enfrentaram muitos incidentes de islamofobia, e esta foi a manifestação mais violenta até o momento".
O grupo alerta sobre o fim do mês do Ramadã para pedir que "as autoridades aumentem a segurança do lado de fora das mesquitas urgentemente".
O prefeito de Londres, Sadiq Khan, afirmou que policiamento extra será enviado para proteger comunidades e que o atropelamento de Finsbury Park foi um ataque nos valores de tolerância, liberdade e respeito. Sadiq Khan, que é muçulmano, chamou o atropelamento "terrível ataque terrorista".
Ataques recentes
O Reino Unido enfrentou uma série de ataques terroristas recentemente. No mês passado, uma explosão de bomba deixou 22 mortos e dezenas de feridos na saída de show da cantora Ariana Grande, na cidade de Manchester.
No início deste mês, outro ataque terrorista deixou dez mortos, entre eles sete vítimas e três suspeitos, que usaram uma van para atropelar pedestres na London Bridge e depois armas brancas para esfaquear pessoas no Borough Market.
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