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Mais de 1 bilhão de muçulmanos no mundo iniciam o jejum do Ramadã

Paradoxalmente, o mês do jejum é também o mês no qual há maior despesa com alimentos nos lares

Por Agência Brasil com Agência EFE 26/05/2017 10h28
Mais de 1 bilhão de muçulmanos no mundo iniciam o jejum do Ramadã
Reprodução - Foto: Assessoria

Mais de 1,5 bilhão de muçulmanos em todo o mundo (quase a quarta parte da população mundialo) iniciam neste sábado (27) o mês de jejum do Ramadã, o mais importante do calendário por ser um dos cinco pilares do Islã. A informação é da Agência EFE.

Durante este mês, os muçulmanos que tiveram alcançada a puberdade não poderão comer, beber, fumar e nem manter relações sexuais enquanto o sol estiver no horizonte. Dessa obrigação só ficam excluídas as mulheres menstruadas e as grávidas, os doentes e os viajantes que fazem trajeto penoso, mas todos eles "deverão pagar" mais tarde pelos dias de jejum.

As horas exatas do nascer e do pôr-do-sol aparecem hoje em dia em qualquer tela de celular, mas as mesquitas também se encarregam de lembrar, com suas chamadas à oração do Fayer (nascer) e do Magreb (pôr). As grandes cidades utilizam, além disso, canhões e sirenes para marcar o esperado momento do pôr-do-sol.

Nos países de maioria muçulmana, a vida se transforma totalmente durante o mês do jejum: as empresas, as repartições públicas e as escolas encurtam seus horários de funcionamento para que o jejum seja mais suportável, enquanto os cafés e restaurantes fecham durante o dia e ficam abertos à noite.

Paradoxalmente, o mês do jejum é também o mês no qual há maior despesa com alimentos nos lares. Os indicadores de consumo disparam nesse mês sagrado, bem como os preços das compras.

São poucos os países que obrigam, por lei, o jejum e castigam o infrator - Arábia Saudita, Bahrein, Paquistão, Afeganistão, Irã, Malásia, Brunei e Marrocos. Na maior parte do mundo muçulmano, o Ramadã é cumprido por vontade própria ou por pressão social, e é pouco usual ver uma pessoa infringindo o jejum em público.

A observação do jejum torna-se um dos melhores termômetros para medir as raízes no mundo do Islã, que é atualmente a religião que mais cresce em nível global e na qual mais cresce a prática da crença.

Um recente estudo do  Pew Research Center, dos Estados Unidos, pergunta: "Quanto importa o Islã em sua vida?". Os resultados mostram que mais de 90% dos entrevistados na África e no Sudeste Asiático (onde se concentra a maior parte dos muçulmanos) dizem que "importa muito". O percentual é de mais de 80% no mundo árabe e na Turquia. O índice só ficou abaixo dos 70% nas ex-repúblicas soviéticas.

O mesmo estudo aborda questões mais concretas, como a frequência da reza, o comparecimento à mesquita, a leitura do corão e a entrega de esmolas. De todas elas, o jejum no Ramadã é, com muita diferença, a prática islâmica mais respeitada entre os muçulmanos de todo o mundo.

Levando em conta o rápido crescimento demográfico das regiões do mundo com mais muçulmanos (Ásia e África), que será o dobro do que no resto do mundo, calcula-se que os muçulmanos quase vão duplicar de número até 2050, somando 2,8 bilhões de seguidores, o que os transformará na primeira religião do mundo, à frente do cristianismo.