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Governo do Reino Unido se opõe a legislar sobre proibição do véu islâmico
Primeira-ministra defende controle em situações específicas, como segurança fronteiriça ou tribunais
A primeira-ministra britânica, a conservadora Theresa May, se posicionou contra leis que proíbam a utilização do véu islâmico, após a justiça europeia ter aprovado na terça-feira que as empresas privadas possam vetar essa peça de roupa.
"Neste país, temos uma longa tradição de liberdade de expressão. Todas as mulheres têm o direito de escolher como se vestem e não temos a intenção de legislar sobre esse assunto", disse May na Câmara dos Comuns nesta quarta-feira (15).
Para a chefe do governo britânico, "há ocasiões nas quais é correto pedir para que se retire o véu", como em controles de segurança fronteiriços ou "talvez nos tribunais", e admitiu que "as instituições individuais podem aplicar suas próprias políticas".
"Mas não é trabalho do governo dizer às mulheres o que podem ou não podem vestir. Queremos continuar com esta sólida tradição de liberdade de expressão", ressaltou.
O Tribunal de Justiça da União Europeia aprovou a proibição do véu islâmico nas empresas, sempre que as normas internas compreendam qualquer símbolo religioso, filosófico ou político, e não só a aqueles de uma confissão particular.
A corte sustenta que a medida seria discriminatória se fosse uma "desvantagem" para as pessoas que professam uma religião determinada.
Na oposição, o trabalhista Chuka Umunna advertiu que a islamofobia está "estendida" no Reino Unido e expressou seu desacordo com a decisão europeia.
"Como alguém que se dedicou a aconselhar a funcionários durante quase uma década como advogado, me preocupa que aqueles que leiam as notícias sobre a decisão desta corte de justiça europeia a interpretem como um sinal verde para aplicar uma maior discriminação no trabalho", afirmou.
A secretária de Estado para a Igualdade, Caroline Dinenage, disse que o governo trabalha para atualizar seus guias para funcionários sobre como abordar o assunto da religião no ambiente de trabalho.
"Queremos ser absolutamente claros com todos os afetados que na Lei de Igualdades os direitos das mulheres e dos trabalhadores com evidentes sentimentos religiosos não sofreram mudança alguma. Vamos continuar protegendo esses direitos", disse Dinenage.
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