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Combatentes do Estado Islâmico teriam estuprado também mulheres sunitas

Até o momento apenas abusos contra mulheres yazidis tinham sido amplamente documentados

Por AFP / G1 20/02/2017 11h39
Combatentes do Estado Islâmico teriam estuprado também mulheres sunitas
Reprodução - Foto: Assessoria

Os combatentes extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) também estupraram e torturaram mulheres muçulmanas sunitas, informa nesta segunda-feira (20) a organização Human Rights Watch (HRW). Até o momento apenas abusos contra mulheres yazidis tinham sido amplamente documentados.

A ONG documentou casos de detenções arbitrárias, casamentos forçados e estupros cometidos contra mulheres que tentaram fugir da cidade de Hawija (no norte do Iraque), ainda sob controle dos extremistas.

Hanan, de 26 anos, e cujo marido conseguiu escapar, foi capturada quando, junto a outras mulheres, tentava escapar da cidade, indica HRW.

Os extremistas disseram que a fuga de seu marido a tornava uma herege e que deveria se casar com um combatente local. Quando a mulher se recusou a casar-se, vendaram seus olhos antes de espancá-la e estuprá-la.

"O mesmo homem me estuprou todos os dias durante um mês na frente dos meus filhos", relatou Hanan à ONG.

Para HRW, muito pouco é feito para aliviar a dor dessas mulheres, que não se atrevem a contar os crimes aos quais foram submetidas.

"As violações sexuais contra as mulheres sunitas que vivem sob o domínio do EI são pouco conhecidas", lamenta Lama Fakih, vice-diretora para o Oriente Médio da HRW, que pede à "comunidade internacional" e às "autoridades locais" o "apoio necessário às vítimas".

O EI, grupo ultrarradical sunita, se apoderou em 2014 de vários territórios iraquianos, ao norte e ao oeste de Bagdá.

Seus combatentes justificaram os estupros em massa contra as mulheres yazidis por pertenceram a uma religião que incorpora alguns elementos do cristianismo e do islã.