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Ex-presidente deve ser julgado por financiamento irregular de campanha
Investigação ficou conhecida como "caso Bygmalion" e deve levar Nicolas Sarkozy e 13 acusados para o banco dos réus
O juiz de instrução, que acompanhou a investigação sobre as despesas do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy à reeleição, decidiu que ele deve comparecer ao tribunal pelo suposto financiamento irregular de campanha. A investigação ficou conhecida como "caso Bygmalion"- uma referência a uma empresa envolvida no esquema.
Ao lado de Sarkozy devem estar outros 13 acusados, afirmou nesta terça-feira (7) a rádio "France Info". Os advogados do ex-presidente podem ainda recorrer da decisão do juiz instrutor.
Para o magistrado, existem suficientes elementos para que Sarkozy seja processado, o que pode convertê-lo no segundo chefe de Estado francês que passa pelos tribunais após deixar o cargo, após o ocorrido com seu antecessor e correligionário Jacques Chirac.
A investigação foi aberta na primavera de 2014 depois que a imprensa revelou que o ex-presidente superou o limite máximo de despesa permitido durante uma campanha eleitoral, que é de 22,5 milhões de euros.
Para isso, segundo a acusação, recorreu aos serviços de uma empresa de comunicação, Bygmalion, que emitiu faturas falsas para ocultar os altos custos dos atos eleitorais e das viagens.
Desta forma, segundo a instrução, o ex-presidente ocultou cerca de 15 milhões de euros de despesas que deviam ter constado nas contas de campanha de Sarkozy, que acabou custando pelo menos 42,8 milhões de euros.
Sarkozy, que já foi multado por este caso pelo Conselho Constitucional, devolveu o total das despesas de campanha graças a uma campanha de doação que lançou entre os militantes e simpatizantes de seu partido.
Mas isso não evitou a abertura de uma investigação judicial e que fosse acusado em fevereiro de 2016, o que esgotou suas opções de vitória nas primárias da direita de dezembro, nas quais ficou somente em terceiro atrás de seu ex- primeiro-ministro François Fillon, que acabou ganhando, e Alain Juppé.
Entre os outros acusados que também deverão ir a julgamento figuram os responsáveis da campanha de Sarkozy em 2012 e Jérôme Lavrilleux, o responsável da Bygmalion que confessou os fatos.
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