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Brasileiro que matou parentes participa de reconstituição na Espanha

François Gouveia permaneceu no interior do chalé durante uma hora

Por G1 26/10/2016 11h43
Brasileiro que matou parentes participa de reconstituição na Espanha
Reprodução - Foto: Assessoria

O brasileiro suspeito do brutal assassinato de quatro parentes na Espanha participou nesta quarta-feira (26), em Pioz, da reconstituição do crime, segundo a imprensa espanhola.

De acordo com o jornal "ABC", François Patrick Nogueira Gouveia permaneceu no interior do chalé durante uma hora.

O periódico destacou que moradores da vila se aglomeraram na entrada da casa e gritaram assassino e outros insultos para Gouveia.

Não se lembra

Em depoimento à polícia espanhola, o brasileiro disse que não se lembrava como matou os dois filhos de seus tios, Marcos Campos e Janaína Santos Américo, segundo o comandante Juan Jesús Reina, da Guarda Civil.

“Não lembra, diz não se lembrar em nenhum momento, como cometeu o assassinato das crianças", afirmou Reina, acrescentando que Patrick prefere não mostrar a monstruosidade que foi capaz de protagonizar naquela noite no chalé de Pioz.

François Patrick Nogueira Gouveia, que se entregou às autoridades espanholas na semana passada, foi acusado na sexta-feira (21) pelos homicídios dos dois adultos e das duas crianças de um e quatro anos, após confessar "parcialmente" a autoria dos crimes.

O comandante Reina também disse que Patrick afirmou que agiu guiado por uma "vontade incontrolável de assassinar". Segundo Reina, Patrick também contou que comprou sacos de lixo, fita isolante e um canivete. Ainda alegou não estar louco, mas reconheceu que tinha uma vontade incontrolável de matar e não pôde evitar.

Patrick é acusado de esquartejar em agosto seu tio, sua tia e matar os dois filhos pequenos do casal. Os quatro corpos foram encontrados em 18 de setembro em um chalé de Pioz, 60 km de Madri, depois que um vizinho alertou para o mau cheiro que emanava do local.

Aparentemente, ele sentia animosidade em relação ao tio, a quem chegou a insultar diante de outras pessoas, de acordo com os investigadores.

Os restos mortais estavam em sacos plásticos, e os dois adultos tinham sido esquartejados. François Patrick devia voltar ao Brasil em 16 de novembro, mas, no dia seguinte da descoberta, trocou a passagem rapidamente, retornando ao país em 20 de setembro.

No entanto o jovem viajou na última quarta-feira para a Espanha para se entregar voluntariamente, depois que a Guarda Civil espanhola informou ter "provas inquestionáveis" de seu envolvimento no crime.

Comportamento agressivo

O jornal "El Español", que teve acesso ao depoimento de Patrick à Justiça espanhola, destacou que o jovem apresentou um comportamento agressivo nos quatro meses que conviveu com os tios e primos na localidade de Torrejón de Ardoz, a leste de Madri.

Ainda segundo o jornal, "Patrick estava irritado com seu tio porque este recusou que fosse morar com eles no condomínio de Pioz", e isto se deu "por oposição de Janaína, devido ao assédio pessoal a que Patrick a submetia, somado aos repetitivos episódios psicóticos que ele sofria".

O ministro do Interior espanhol, Jorge Fernández, afirmou que as provas contra o rapaz, natural da Paraíba (nordeste do Brasil) são "estarrecedoras".

Entre elas, o ministro mencionou "dados de DNA que apareceram no domicílio de Pioz, de uma gota de suor a impressões digitais na fita usada para fechar os sacos que continuam os restos do casal e dos filhos".

Além disso, a geolocalização do celular do rapaz o situa na casa de Pioz no dia em que se acredita que os crimes foram cometidos: 17 de agosto.

Com perfil marcado pelo "egoísmo", "narcisismo" e "falta de apego à vida humana", segundo os investigadores, François Patrick tem um passado violento, tendo agredido um professor no Brasil.