Interior

Coordenadora de curso da Uneal denuncia perseguição e pede providências em carta aberta

Adriana Rocely Viana da Rocha diz que está sofrendo hostilidade no exercício de suas funções no Campus V, em União dos Palmares

Por Tribuna Hoje 10/10/2025 23h59 - Atualizado em 11/10/2025 00h44
Coordenadora de curso da Uneal denuncia perseguição e pede providências em carta aberta
Adriana Rocely Viana da Rocha - Foto: Divulgação

A coordenadora do curso de Pedagogia em Educação Escolar Quilombola da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Adriana Rocely Viana da Rocha, divulgou nesta sexta-feira (10) uma carta aberta à comunidade acadêmica e à sociedade alagoana denunciando perseguição e hostilidade no exercício de suas funções no Campus V, em União dos Palmares.

Segundo o documento, o ambiente de trabalho tem sido marcado, desde setembro, por ataques pessoais, denúncias anônimas sem provas e tentativas de desestabilizar a gestão do curso, que atende atualmente 180 estudantes em três polos (União dos Palmares, Arapiraca e Santana do Mundaú). Adriana afirma que tais práticas têm comprometido sua saúde, gerado crises de ansiedade e criado um clima de intimidação que ameaça a permanência de estudantes quilombolas na universidade.

A coordenadora relata que, em 4 de outubro, foi alvo de acusações durante uma reunião pedagógica, em um episódio que classificou como violência simbólica. Nos dias 8 e 9, denúncias anônimas foram registradas na Ouvidoria da Uneal contra ela e outro docente do Parfor, o que, segundo Adriana, deturpa a finalidade do canal institucional e corrói a confiança acadêmica.

Apesar das dificuldades, a professora reafirma seu compromisso com a educação pública e antirracista. Ela destaca que o curso de Pedagogia em Educação Escolar Quilombola recebeu nota máxima em avaliação e que há demanda de cerca de 500 quilombolas interessados em ingressar no ensino superior. Além disso, menciona a construção de parcerias para a oferta de cursos de Agroecologia em colaboração com o Ifal/Murici.

Na carta, Adriana questiona “a quem interessa esse desgaste” e aponta que a desestabilização da coordenação favorece projetos contrários à inclusão e à justiça racial. Ela solicita que a Uneal adote medidas para garantir um ambiente de trabalho seguro, estabeleça critérios mínimos para admissibilidade de denúncias, ofereça apoio psicossocial à coordenação e promova ações formativas em educação antirracista.

Por fim, a coordenadora convoca a comunidade acadêmica, lideranças quilombolas e entidades representativas a se manterem mobilizadas contra práticas de assédio e perseguição. “Não abrirei mão da missão que me foi confiada: garantir uma formação docente que reconheça, valorize e proteja os saberes, as culturas e os direitos das comunidades quilombolas”, afirma.

Leia a carta aberta no link abaixo: