Interior
Novo tremor assusta moradores de Arapiraca
Abalo sísmico com magnitude de 2.1 na escala Richter ocorreu no domingo e foi sentido em diversos bairros
Na madrugada do domingo passado, dia 23, mais precisamente às 2h03, um novo tremor de terra foi registrado em Arapiraca, no Agreste de Alagoas.
Com magnitude de 2.1 na escala Richter, o abalo sísmico foi sentido por diversos moradores em vários bairros da cidade, gerando apreensão de novos tremores de terra em Arapiraca.
O fenômeno da natureza reacende o debate sobre a necessidade urgente de atualização do mapeamento geológico na cidade e em toda a região.
A reportagem da Tribuna ouviu geofísicos e geógrafos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).
Atualmente, o único mapeamento geológico disponível para Arapiraca em escala 1:100.000 é o relatório “Arapiraca, Folha SC.24-X-D-V: Estado de Alagoas”, publicado no ano de 1995, pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM).
O estudo faz parte do Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil, desenvolvido pela Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM). O estudo aborda aspectos da geologia regional, geologia e estrutural, sendo essencial para estudos detalhados do subsolo.
No entanto, a defasagem temporal de quase três décadas do documento compromete a compreensão atualizada do contexto geológico da região, especialmente diante do surgimento de novos fenômenos sísmicos.
Além da atualização do mapeamento geológico, especialistas ressaltam a importância da instalação de uma estação sismográfica na região, monitorada pelo Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSIS/UFRN).
“A estação seria essencial para o monitoramento contínuo”, disse o geofísico.
Pesquisa realizou mapeamento de atividades sísmicas na região
Um fator relevante para a compreensão da sismicidade em Arapiraca refere-se à pesquisa desenvolvida por alunos do curso de Geografia da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).
Os estudantes realizaram um mapeamento da atividade sísmica na cidade e trabalham na investigação e formulação da hipótese de sismicidade induzida. Esse tipo de sismicidade pode estar relacionado a atividades humanas, como extração de recursos naturais, construção de grandes infraestruturas ou alterações no uso do solo. A pesquisa conduzida pelo grupo de pesquisadores Willian Almeida, Sandro Maciel e Marcos Araújo, representam um passo fundamental para o entendimento das causas e impactos desses fenômenos na região.
Diante da recorrência desses eventos sísmicos, torna-se fundamental que instituições acadêmicas, órgãos governamentais e a sociedade civil mobilizem esforços para viabilizar novos estudos geológicos em Arapiraca. A adoção de tecnologias avançadas, a implementação de uma estação sismográfica e o incentivo à pesquisa local são imprescindíveis para compreender a dinâmica do subsolo e garantir a segurança da população.
Portanto, os recentes abalos sísmicos não apenas alertam para possíveis riscos, mas também reforçam a necessidade de atualização do mapeamento geológico, da instalação de infraestrutura de monitoramento sísmico e do fortalecimento da pesquisa científica, fundamentais para o planejamento urbano e a mitigação de desastres naturais em Arapiraca e região.
Em alguns povoados da cidade de Craíbas, também no Agreste alagoano, algumas moradias já chegaram a apresentar rachaduras e os moradores atribuem os danos aos fenômenos ocorridos nos últimos tempos na região.
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