Interior
Agricultores vão lutar para ficar com terras em Palmeira dos Índios
Produtores ocupam sem registro de propriedade áreas indígenas demarcadas
Enquanto o governo federal não decide a data da homologação das terras indígenas demarcadas pela Funai desde 2010 e localizadas em Palmeira dos Índios, pequenos agricultores locais se mobilizam para não perderem as terras, localizadas no Sítio Amaro, naquele município.
Os agricultores – mais de cem famílias – sentem-se ameaçados de perderem as terras devido à proximidade da homologação por parte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Embora sem data definida, a homologação é tida como certa pela Funai e esperada há anos pelos índios.
Conforme os agricultores, a luta reflete um drama social e econômico e atinge cerca de 10 mil pessoas que vivem numa área equivalente a 30% do território do município. Segundo eles, se a Funai levar a frente a demarcação, irá afetar diretamente a agricultura familiar, base da subsistência de muitas das comunidades em Palmeira dos Índios.
A área demarcada pela Funai desde 2010 como território indígena Xucuru Kariri, é ocupada por pequenos produtores que as possuem sem registros formais de propriedade. Para eles, o risco de despejo traz uma série de incertezas. Esses registros estão há décadas, segundo eles, nas famílias.
O advogado e presidente estadual do Solidariedade, Adeilson Bezerra, afirmou que desalojar essas famílias pode gerar um impacto devastador, criando um problema social e econômico irreversível para o município e para Alagoas. Recentemente, ele esteve reunido com os agricultores.
Adeilson Bezerra é natural de Palmeira dos Índios e decidiu reforçar a luta dos pequenos produtores. “Eu tenho identidade com o município e, especialmente, com os pequenos produtores. Conheço de perto todas as comunidades e sei que se a Funai levar a frente essa demarcação, milhares de famílias serão destruídas” apontou.
Ele passou a liderar o debate sobre a demarcação, destacando a necessidade de separar os interesses dos pequenos agricultores das disputas envolvendo grandes fazendeiros.
“Não estamos falando de latifundiários, mas de trabalhadores que vivem de poucos hectares de terra. É fundamental que o presidente Lula e a bancada federal alagoana compreendam essa realidade e deem atenção a esses produtores”, afirmou.
A reunião também contou com lideranças locais, como Antônio Marcos, presidente da Associação Comunitária dos Produtores Rurais da Serra do Amaro, que enfatizou a importância de uma mobilização ampla.
“Nossa luta não é contra os povos Xucurus Kariri, mas pelo nosso direito de permanecer em nossas terras, que são nosso sustento”, afirmou o o líder da associação.
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