Interior
Delegado indicia motorista de caçamba por acidente no Poxim
Culpa pela tragédia foi do condutor que entrou na pista com veículo carregado de areia para a Braskem
O delegado Mário Lessa, da Polícia Civil de Alagoas, disse ontem que vai indiciar o motorista da caçamba de areia, que trabalhava à serviço da Braskem, como responsável pelo acidente no Poxim, que matou uma turista na hora e o motorista do micro-ônibus uma semana depois. A colisão, envolvendo também uma carreta de areia, ocorreu numa sexta-feira pela manhã do dia 28 de junho, deixando cerca de 20 pessoas feridas e duas vítimas fatais, incluindo o motorista da empresa de turismo, a Luck Receptivo.
“Vou concluir com o indiciamento do rapaz da caçamba, segundo o laudo pericial. O laudo é bem contundente com relação a causa do acidente”, afirmou Mário Lessa, que está à frente do caso é delegado titular da Delegacia de Polícia de Coruripe, no Litoral Sul de Alagoas.
Segundo ele, com base no laudo da Polícia Científica de Alagoas, que ficou pronto na última segunda-feira, o motorista da caçamba – que prestava serviço para a Braskem, carregando areia do Poxim para o bairro do Mutange, em Maceió – foi quem teria provocado o acidente, quando entrou na pista da AL-101/Sul com tudo, sem observar o movimento dos demais veículos que vinham passando naquele momento.
Carreta
Uma carreta, também carregada de areia e a serviço da Braskem, chegou a buzinar alto, minutos antes da colisão, para avisar que ia passar, mas a caçamba não prestou atenção e acessou a pista de forma imprudente, provocando o acidente. As imagens de um vídeo que circulou nas redes sociais, logo após a tragédia, mostram muito bem a dinâmica do acidente e coincidem com a tese do delegado do caso.
Com base no laudo da Polícia Científica e nas oitivas das testemunhas, o delegado concluiu pelo indiciamento do motorista da caçamba da empresa L Pereira, mas não divulgou o nome dele. “Realmente a caçamba carregada de areia saiu da estrada de barro e cruzou a pista no exato momento que a carreta passava, houve uma grande frenagem da carreta, ao mesmo tempo o motorista passou para a contramão indo direto na direção do micro-ônibus”, relatou o delegado.
Mário Lessa disse ainda que, no momento, não pode citar nomes e que pretende entregar o inquérito policial à Justiça no próximo mês. “Como falta chegar o laudo cadavérico do motorista do micro-ônibus, pretendo enviar a conclusão do inquérito ao juízo no início do mês de outubro”, acrescentou o delegado.
Micro-ônibus de turismo foi atingido de frente, ao se chocar com a carreta
Questionado se o motorista da caçamba, para fugir do flagrante, teria dado entrada na UPA de Coruripe com o nome falso – e depois teria sido transferido para um hospital particular – o delegado do caso negou essa informação, que chegou a circular nas mídias sociais, no dia do acidente. “Não procede, ele foi identificado no plantão policial e foi ouvido”, garantiu Mário Lessa.
Segundo testemunhas, a caçamba que provocou o acidente saiu da fazenda Águas de Pituba, propriedade de Haroldo Pacheco Nunes, que é o dono da jazida que fornece areia para a Braskem usar no tamponamento das minas de sal-gema desativadas.
Foi uma das câmeras do sistema de segurança, instalada na entrada da fazenda, que filmou o acidente. O fazendeiro deixou que o vídeo vazasse e as imagens foram compartilhadas nas mídias sociais, produzindo provas contra ele.
VÍTIMAS FATAIS
Além da turista mineira Maria dos Reis Teixeira de Souza, de 66 anos, que morreu na hora do acidente, o motorista do micro-ônibus Bruno Lucas Carvalho da Silva, de 23 anos, também morreu em decorrência dos ferimentos, uma semana depois da tragédia.
Alagoano, morador do bairro de Jacarecica, Bruno era funcionário da Luck Receptivo e dirigia o micro-ônibus que foi atingido de frente, ao se chocar com a carreta. Ele ainda passou uma semana na UTI do Hospital Geral do Estado (HGE), mas veio a óbito por conta da gravidade da pancada que tomou na cabeça.
Familiares da turista mineira disseram que o corpo dela foi velado e depois cremado, na cidade de Formiga, interior de Minas Gerais, onde Maria dos Reis morava.
No laudo da morte dela, liberado pelo IML de Maceió, consta como causa da morte, traumatismo cranioencefálico. Segundo Eduardo de Souza, filho da turista mineira, a família está aguardando a conclusão do caso para decidir o que fazer.
“Uma coisa é certa, queremos que seja feita Justiça, para que os culpados sejam responsabilizados e punidos de acordo com a lei”, afirmou Eduardo, em contato telefônico com a reportagem da Tribuna Independente.
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