Interior
FPI inspeciona mais de 500 embarcações e devolve 1.718 espécimes de camarões ao seu habitat
Fiscalização de segurança do transporte aquaviário e pesca predatória no Velho Chico foi realizada
Proteger o Velho Chico é uma das bases de atuação da Fiscalização Integrada Preventiva (FPI) da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Com isso, a força-tarefa realizou diversas operações ao longo do trecho entre o município de Traipu e a foz do rio, no município de Piaçabuçu.
Os agentes do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), da Polícia Militar do Estado de Alagoas, ficaram responsáveis por fiscalizar a pesca predatória, enquanto militares da Marinha do Brasil verificaram embarcações buscando garantir a segurança do transporte aquaviário.
Transporte aquaviário
A equipe Aquática, por meio das militares da Marinha do Brasil, inspecionou mais de 500 embarcações desde o início da 13ª etapa da força-tarefa, emitindo 23 notificações relacionadas à segurança aquaviária.
“As infrações mais recorrentes em nossa jurisdição são relacionadas à embarcação não inscrita, embarcação com documentação vencida, condutor não habilitado, extintor de incêndio com a recarga vencida, ausência de coletes salva-vidas e manobras arriscadas com embarcações próximas a banhistas”, destaca a Equipe Aquática.
A Marinha também é responsável por obras realizadas sobre as águas, a exemplo dos tanques-rede. A equipe reforça que, além das licenças ambientais e dos outros órgãos envolvidos, esses tanques precisam ter licença da instituição militar para funcionamento. Em virtude de estar no rio, faz-se necessário verificar se eles afetam a segurança de navegação.
“Os tanques-redes também precisam ter essa licença, um projeto referente ao seu tamanho e a área que ele vai ocupar. Então, nós analisamos e depois emitimos um documento orientando a correção ou autorizando a sua implementação”, explicam a os militares.
Regularização de canoas com menos burocracia
Com o objetivo de garantir mais segurança para os moradores das regiões ribeirinhas, a Marinha promove o projeto Canoa Legal. A ação busca regularizar as canoas de construção artesanal da região do Baixo São Francisco. Em sua grande maioria, elas possuem motor do tipo rabeta e são utilizadas pelos ribeirinhos em diversas atividades, inclusive a pesca de subsistência.
Os agentes explicam que o projeto Canoa Legal reduz a burocracia e que a regularização não tem custo para os proprietários das canoas. Para regularização, as canoas são medidas e passam por alguns testes como de arqueação e flutuabilidade. Em seguida, após a verificação de alguns documentos do proprietário, é emitido o título de inscrição de embarcação pela Agência Fluvial de Penedo.
“A partir desse momento a embarcação vai estar registrada e vai ter o número de inscrição dela junto a Marinha. É um serviço gratuito. Entendemos que o pessoal barqueiro é, em maior parte, de baixa renda e, justamente por isso, colocamos esse serviço como gratuito, para conseguir abarcar o maior número de pessoas. A ideia é conseguir regularizar a grande maioria das canoas aqui no Baixo São Francisco e isso repercute diretamente na questão social e econômica dessa população tradicional”, explica e equipe da Marinha.
Pesca predatória
Desde o início desta edição da FPI do Rio São Francisco, o BPA já realizou 14 comunicações de ocorrência policial (COP), um termo circunstanciado de ocorrência (TCO) e sete prisões relacionadas à pesca predatória.
Ao todo, 663 covos foram apreendidos com 1.718 espécimes de camarões que foram devolvidos ao seu habitat. Também foram apreendidos mais de 4300 metros de rede, uma tarrafa com malha inferior ao permitido e um arbalete (arma de caça marítima). O TCO foi referente ao funcionamento de área de piscicultura sem licença de operação.
De acordo com os agentes da equipe Aquática, da FPI do Rio São Francisco, quem for flagrado realizando a pesca predatória pode ser penalizado nos termos da Lei n.º 9.605/98.
“O pescador que for pego utilizando petrechos proibidos, como um arpão, rede de malha inferior e até mesmo com covos de tela plástica, está sujeito à prisão em flagrante e a ser conduzido ao Distrito Policial. O infrator pode receber de um a três anos de detenção e multa”, destacou os agentes de proteção ambiental.
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