Interior
Abalos em Feira Grande chamam a atenção do país
Comunidade científica nacional busca explicações para sequência de tremores no município alagoano
A sequência de tremores de terra registrada entre os dias 29 de abril e 1º de maio, no município de Feira Grande, está chamando a atenção da comunidade científica brasileira.
Foram 44 abalos no curto período e o maior tremor com magnitude 2.2 na Escala Richter a uma profundidade de quase dez quilômetros.
O “enxame sísmico” é um fenômeno que se configura quando um tremor de terra não ocorre de forma isolada. Ao contrário, são diversos abalos que surgem de maneira associada. Um tremor inicia o processo e, como que ecoando o primeiro, vão ocorrendo várias réplicas com tremores secundários.
A Tribuna ouviu os acadêmicos do curso de Geografia da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), Sandro Maciel, Willian Almeida e Marcos Araújo sobre os abalos sísmicos em Feira Grande, município do Agreste alagoano e distante 136 km de Maceió.
O grupo de universitários desenvolve pesquisas sobre tremores de terra no Agreste, mais precisamente nos municípios de Arapiraca e Craíbas.
Eles relatam que, segundo o Mapa Geológico do Serviço Geológico do Brasil, existem falhas e zonas de cisalhamento em toda a região, e que resultam em deslocamento e acomodação das rochas abaixo da superfície. Esses movimentos geram vibrações e se propagam em várias direções e são detectados pelos sensores das universidades e órgãos de pesquisa e monitoramento.
Para o professor Eduardo Menezes, geofísico do Laboratório Sismológico (LabSis) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), cientificamente, não é possível saber quando a terra terá liberado toda a energia e voltará a “adormecer” em Feira Grande.
“É uma região nova, sismicamente falando. A gente está monitorando com as estações que conseguem detectar, e Anadia é a mais próxima. Temos Vamos acompanhar a evolução. Na sismologia não tem como outra estação em Canhoba, no interior de Sergipe “, explica.
O geofísico diz que não é possível prever com exatidão o que pode acontecer nos próximos dias.
“Na experiência que a gente tem de monitoramento, são manifestações que aparecem em uma cidade, em uma determinada região, e pode evoluir com mais eventos, ou pode, de uma hora para outra, não ter mais registros. Estamos, inclusive, vendo a possibilidade de instalar um equipamento (sismógrafo) aí na região para estudar com mais detalhes as ocorrências e fazer um mapeamento. Mas, por enquanto, a gente tem de aguardar mais um pouco e observar a evolução e continuar monitorando essa evolução”, declarou o geofísico.
O Laboratório Sismológico da UFRN segue monitorando e divulgando toda atividade que ocorra no estado de Alagoas e em toda região Nordeste do Brasil.
Os tremores foram registrados desde a madrugada do dia 29 de abril até a última quarta-feira (dia 1º de maio).
Desde o ano passado que a Universidade Estadual de Alagoas (Uneal), campus de Arapiraca, criou um grupo de pesquisas para analisar os tremores de terra que vêm ocorrendo no interior de Alagoas, sobretudo nas cidades de Arapiraca e Craíbas.
Acadêmicos do curso de Geografia da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) desenvolvem pesquisas sobre tremores de terra no Agreste e mais precisamente no município de Arapiraca.
Eles relatam que, segundo o Mapa Geológico do Serviço Geológico do Brasil, existem falhas e zonas de cisalhamento em toda a região, e que resultam em deslocamento e acomodação das rochas abaixo da superfície. Esses movimentos geram vibrações que são detectados pelos sensores das universidades.
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