A batalha por uma melhor qualidade da água e pela forma de cobrança, considerada ilegal em relação aos empreendimentos turísticos, que começou a ganhar realmente importância entre o trade turístico de São Miguel dos Milagres, através da Associação Milagrense de Turismo Sustentável, a Amitus, que entrou na justiça através de um Procedimento Comum Civil, no Foro de Passo de Camaragibe, para suspender a forma de cobrança individual de quartos de cada empreendimento hoteleiro, mais o consumo do hidrômetro, além de solicitar providência urgente para a melhoria da água, ganhou um novo capítulo com a entrada na luta em defesa do trade e dos moradores, do ex-prefeito Bureco Ataíde e pré-candidato à Prefeitura nas eleições de outubro próximo.

Em menos de dois anos, a Verde Alagoas já é a empresa que mais recebeu reclamações e denúncias na Rota Ecológica. A Verde, que é uma empresa formada através de parceria entre a Cymi e a Aviva Ambiental, foi a vencedora do leilão para prestação dos serviços de água e esgoto no Bloco C, formado por 27 municípios do Litoral Norte e da Zona da Mata. A empresa começou a operar em outubro de 2022 e, pelos próximos 35 anos, será responsável por serviços de produção e distribuição de água e coleta e tratamento de esgoto na região.

Em julho do ano passado os hoteleiros de São Miguel dos Milagres protocolaram uma denúncia junto a ouvidoria da Agência Reguladora de Serviços Públicos de Alagoas (Arsal)denunciando a forma de cobrança praticada pela empresa, que segundo eles, estavam cobrando de pessoas jurídicas, tipo pousadas, pela quantidade de quartos existentes. Denunciaram também ao Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL). Mas nada aconteceu. Na semana passada a Amitus entrou na Justiça pedindo para suspender a forma de cobrança individual de quartos de cada empreendimento hoteleiro, mais o consumo do hidrômetro, além de solicitar providências urgentes para a melhoria da água.

Agora o ex-prefeito Bureco Ataíde, que é pré-candidato a prefeito, que ao assumir o mandato em 2016 enfrentou um sério problema de falta de água no município pela intensa seca daquele ano, tendo inclusive que transportar água do Riacho Cabocla, na Fazenda Bom Destino, por quase 4 quilômetros de tubulação até a barragem do Toque, onde fica a estação de tratamento, que estava seca, fazendo, em seguida, investimento no Serviço de Água e Esgoto (SAE), se manifestou publicamente ao lado do trade turístico e da população contra a péssima qualidade da água e dos valores absurdos cobrados pela empresa.

É sempre bom lembrar de uma decisão importante em favor do trade turístico de Maragogi, publicada em janeiro, em um processo que ganhou destaque na região, contra a Verde Alagoas. E que o trade ingressou com uma ação coletiva, representada pelos seus associados, diante da ilegalidade das cobranças realizadas pela empresa, com leituras realizadas aleatoriamente, sem constar o consumo correto.

No dia 4 de janeiro, o juiz responsável pelo caso, em trâmite na Comarca de Maragogi, deferiu liminar para que a Verde Alagoas proceda com a leitura mensal nos hidrômetros instalados nas unidades consumidoras, e não por estimativa. Além disso, determinou que a concessionária se abstenha de realizar faturamento com base na tarifa mínima, multiplicado pela quantidade de apartamentos, como vinha realizando, sob pena de multa diária.