Interior

Horários de tremores espantam moradores no interior de AL

Eles associam abalos sísmicos às atividades de mineradora no município de Craíbas

Por Davi Salsa – Sucursal Arapiraca com Tribuna Independente 07/09/2023 09h24
Horários de tremores espantam moradores no interior de AL
Técnicos estão em constantes inspeções na área de mineração para pesquisar se as atividades têm algo a ver com os tremores de terra na região - Foto: Divulgação

Tremores de terra são uma ocorrência comum no Brasil, por conta da composição geológica diversificada.

O país está localizado no centro da placa tectônica sul-americana. O deslocamento das placas tectônicas no continente geralmente não causa abalos a região brasileira.

Esses eventos, apesar de assustadores, são comuns no Brasil. Mas, diferentemente de outros países, não são catastróficos. Eles têm magnitude muito baixa, o que não permite à população senti-los na superfície.

Em Alagoas, e mais especificamente na Região Agreste, não é diferente.

No último mês de agosto, pelo menos, quatro abalos sísmicos foram registrados em Arapiraca e no município de Craíbas.

Mas uma coisa está chamando a atenção dos moradores e especialistas no assunto: o horário dos tremores de terra. Eles sempre ocorrem entre meio-dia e 16 horas.

Até agora, pelo que se tem de registro pelo Laboratório Sismológico da Universidade de São Paulo (USP) e pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), não tem registro de abalo no período da manhã.

O primeiro do mês ocorreu no dia 4, na cidade de Arapiraca, por volta das 13h25, com magnitude 1.5 na Escala Richter. O segundo tremor de terra foi registrado no dia 25, também no município de Arapiraca, às 16h34, e uma magnitude de 2.1.

O terceiro abalo sísmico do mês de agosto ocorreu no dia 28, em Arapiraca, às 16h25, e com uma magnitude 1.5 na Escala Richter.

No município de Craíbas, o tremor de terra foi registrado no dia 31 de agosto, às 12h00 e com magnitude 2.2.

O mais forte tremor ocorrido em Arapiraca foi sentido pelos moradores no último dia 25 de agosto, e teve como epicentro um local entre a Rodovia AL-115 e o Residencial Brisa do Lago.

Inicialmente, foi apontada uma falha geológica a dez quilômetros de profundidade.

Mesmo com a explicação dos geólogos e outros especialistas no assunto, muitos moradores levantaram a possibilidade de os tremores de terra estarem vinculados às atividades da Mineradora Vale Verde, em Craíbas.

Na terça-feira (5), a empresa voltou a se manifestar e emitiu uma nota à imprensa alagoana.

No informe, a Mineração Vale Verde (MVV) diz se juntar aos moradores de Craíbas e de Arapiraca, em torno da preocupação com relação aos tremores de terras experienciados ao longo do último mês de agosto.

A nota prossegue com a afirmação: “Segundo o SGB, os tremores não preocupam do ponto de vista geológico. Ademais, especialistas consultados pelos veículos de imprensa afirmaram não haver relação dos tremores com os processos de desmonte controlados da mineradora.

O processo de desmonte controlado praticado rotineiramente pela MVV, é conhecido pela Defesa Civil de Arapiraca, pela Secretaria de Meio Ambiente de Craíbas e pelo Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), organizações ouvidas pelos veículos de imprensa nos últimos dias. É amplamente sabido que a MVV utiliza as melhores tecnologias do mercado para a execução dos desmontes, dentro de rígidos parâmetros.