Interior
Horários de tremores espantam moradores no interior de AL
Eles associam abalos sísmicos às atividades de mineradora no município de Craíbas
Tremores de terra são uma ocorrência comum no Brasil, por conta da composição geológica diversificada.
O país está localizado no centro da placa tectônica sul-americana. O deslocamento das placas tectônicas no continente geralmente não causa abalos a região brasileira.
Esses eventos, apesar de assustadores, são comuns no Brasil. Mas, diferentemente de outros países, não são catastróficos. Eles têm magnitude muito baixa, o que não permite à população senti-los na superfície.
Em Alagoas, e mais especificamente na Região Agreste, não é diferente.
No último mês de agosto, pelo menos, quatro abalos sísmicos foram registrados em Arapiraca e no município de Craíbas.
Mas uma coisa está chamando a atenção dos moradores e especialistas no assunto: o horário dos tremores de terra. Eles sempre ocorrem entre meio-dia e 16 horas.
Até agora, pelo que se tem de registro pelo Laboratório Sismológico da Universidade de São Paulo (USP) e pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), não tem registro de abalo no período da manhã.
O primeiro do mês ocorreu no dia 4, na cidade de Arapiraca, por volta das 13h25, com magnitude 1.5 na Escala Richter. O segundo tremor de terra foi registrado no dia 25, também no município de Arapiraca, às 16h34, e uma magnitude de 2.1.
O terceiro abalo sísmico do mês de agosto ocorreu no dia 28, em Arapiraca, às 16h25, e com uma magnitude 1.5 na Escala Richter.
No município de Craíbas, o tremor de terra foi registrado no dia 31 de agosto, às 12h00 e com magnitude 2.2.
O mais forte tremor ocorrido em Arapiraca foi sentido pelos moradores no último dia 25 de agosto, e teve como epicentro um local entre a Rodovia AL-115 e o Residencial Brisa do Lago.
Inicialmente, foi apontada uma falha geológica a dez quilômetros de profundidade.
Mesmo com a explicação dos geólogos e outros especialistas no assunto, muitos moradores levantaram a possibilidade de os tremores de terra estarem vinculados às atividades da Mineradora Vale Verde, em Craíbas.
Na terça-feira (5), a empresa voltou a se manifestar e emitiu uma nota à imprensa alagoana.
No informe, a Mineração Vale Verde (MVV) diz se juntar aos moradores de Craíbas e de Arapiraca, em torno da preocupação com relação aos tremores de terras experienciados ao longo do último mês de agosto.
A nota prossegue com a afirmação: “Segundo o SGB, os tremores não preocupam do ponto de vista geológico. Ademais, especialistas consultados pelos veículos de imprensa afirmaram não haver relação dos tremores com os processos de desmonte controlados da mineradora.
O processo de desmonte controlado praticado rotineiramente pela MVV, é conhecido pela Defesa Civil de Arapiraca, pela Secretaria de Meio Ambiente de Craíbas e pelo Instituto de Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL), organizações ouvidas pelos veículos de imprensa nos últimos dias. É amplamente sabido que a MVV utiliza as melhores tecnologias do mercado para a execução dos desmontes, dentro de rígidos parâmetros.
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