Interior
Defesa Civil vai pedir mapa de detonações
Mineradora vem realizando procedimentos em suas atividades de extração de cobre e ferro em povoado de Craíbas
O recente tremor de terra no Agreste alagoano, ocorrido na quinta-feira (31), no município de Craíbas, fez a Coordenação Estadual da Defesa Civil anunciar uma nova medida: vai cobrar o mapa das detonações realizadas pela Mineradora Vale Verde.
A empresa vem realizando detonações, todas as quintas-feiras, segundo a sua assessoria de comunicação, para a exploração de minérios de cobre e ferro no Povoado Serrote da Laje, em Craíbas, município vizinho a Arapiraca e distante 160 quilômetros de Maceió.
Na quinta-feira (31), às 15 horas UTC, ou seja, às 12 horas local, as estações sismográficas operadas pelo Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) registraram um tremor de terra em Craíbas, com magnitude preliminar calculada em 2.2 na Escola Richter.
Na vizinha Arapiraca, no mês de agosto, foram registrados pelo menos três abalos sísmicos.
O mais recente tremor de terra ocorreu por volta das 16h25 da segunda-feira (28), com magnitude preliminar calculada em 1.5 na Escala Richter. O primeiro abalo foi registrado por volta das 15 horas, no dia 4 de agosto, com magnitude 1.5.
O segundo e mais forte aconteceu na sexta (25), com magnitude 2.1 na Escala Richter e os moradores ficaram assustados com o tremor de terra, que foi sentido em diferentes pontos da cidade e até na área rural do município.
Explosões
Por conta dos sucessivos episódios, nas duas cidades, a Coordenação Estadual de Defesa Civil Estadual entrou no caso e vai cobrar os mapas e o cronograma de explosões na extração de minério pela Vale Verde.
O propósito da Defesa Civil é cruzar as informações com os dias e horários das explosões na mineradora com os movimentos sismológicos e outras ocorrências geológicas na região.
O mais forte tremor ocorrido em Arapiraca, no último dia 25 de agosto, teve como epicentro um local entre a Rodovia AL-115 e o Residencial Brisa do Lago.
Inicialmente, foi apontada uma falha geológica a dez quilômetros de profundidade.
Para o coordenador da Defesa Civil de Arapiraca, Lindomar Ferreira, é prematuro afirmar o motivo das causas dos tremores de terra em Arapiraca e Craíbas.
“Não é possível afirmar se os abalos têm relação com as atividades da mineradora. “A gente não pode dar uma resposta nesse momento sobre a causa do tremor ocorrido, mas somente após a instalação de novos equipamentos e com o final das investigações”, acrescentou.
Um levantamento divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB) mostra que Alagoas registrou 24 abalos sísmicos em, 13 municípios entre janeiro e agosto de 2023. O último foi no dia 31 de agosto, em Craíbas.
Segundo o SGB, os tremores em Alagoas são comuns na região Nordeste e não preocupam, do ponto de vista dos geólogos. O monitoramento sísmico no estado é feito a partir dos dados das estações sismológicas instaladas no Nordeste, com transmissão de informações em tempo real, contando com as contribuições técnicas e científicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), que também integra a RSBR.
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