Interior

Mata Grande tem clima serrano em pleno sertão de Alagoas

Turistas e moradores da região sobem a serra como atrativo

Por Claudio Bulgarelli – Sucursal Região Norte com Tribuna Independente 21/07/2018 10h01
Mata Grande tem clima serrano em pleno sertão de Alagoas
Reprodução - Foto: Assessoria
O município de Mata Grande está situado na microrregião do Sertão alagoano, fazendo limites com Água Branca, Inhapi, Canapi, Pariconha e o Estado de Pernambuco. Tem uma altitude de 635 metros acima do nível do mar e seu clima temperado, em pleno semiárido, é seu diferencial. A serra de terras férteis onde o povoado se formou deu nome ao município de Mata Grande. Os primeiros donos de terras foram Antônio de Souto Macedo, Sebastião de Sá (ambos considerados pioneiros na região), Francisco de Braz, Teodósio da Rocha, Nicolau Aranha, Baltazar Farias, Damião da Rocha, Antônio de Farias e Diogo de Campos. Os pioneiros na região, porém, foram mesmo Sebastião de Sá e Antônio Macedo. Os latifúndios eram constituídos por sesmarias doadas pelo governador da Capitania de Pernambuco, Francisco Barreto, em nome do Rei de Portugal, como recompensa pelo trabalho na guerra da restauração pernambucana. Os dois pioneiros passaram a desenvolver a região através da criação de gado em seis fazendas. As terras deles acabaram doadas aos padres jesuítas, que logo depois foram expulsos do país e tiveram os bens sequestrados pela Coroa, vendidos, em seguida, em leilão. A população começou a se formar em 1791, quando João Gonçalves Teixeira doou parte de suas terras para a construção de uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Conceição. A propriedade tinha o nome de Cumbe, por conta da existência de uma pequena fonte que abastecia o povoado. Em 1837, o povoado foi elevado à categoria de vila. Em 1902, se transformou em município autônomo com o nome de Paulo Afonso. Em 1929, voltou a ser chamado de Mata Grande. Conforme dados do Governo do Estado de Alagoas sua denominação passou a ser Mata Grande em l835, quando foi anexada, como termo, à comarca de Penedo. Em 18 de março de 1837, por  resolução provincial a povoação de Mata Grande elevada à categoria de vila e freguesia. Mata Grande perdeu, todavia, por uma lei, em maio de 1846, as prerrogativas de vila, sendo incorporada a Traipu. A Lei nº 328, de 5 junho de 1902, assinada pelo seu ilustre filho, Dr. Euclides Vieira Malta, então Governador do Estado, elevou-a à categoria de cidade, conservando-lhe o nome de Paulo Afonso, até que, em 25 de maio de 1929, voltou ao de Mata Grande, por terem cessado, com a criação do município de Água Branca, os motivos de ordem histórica e geográfica que lhe deram o nome de Paulo  Afonso. Do seu território foram desmembrados os municípios de Pão de Açúcar, em 1854, e Água Branca, em 1875. Turistas e moradores sobem a serra para admirarem as belezas da região serrana em pleno sertão. O local é ideal para a prática esportiva, como escaladas e caminhadas ao meio da natureza. Para chegar ao platô da serra o tempo estimado é de 40 minutos, num percurso que começa na Rua do Mourão até a igrejinha construída a centenas de anos. A serra tem uma altura de aproximadamente 800 metros, onde se destacam Serra do Sobrado, Lagoa de Santa Cruz – localidade mais alta do território alagoano e a Serra do Parafuso que fica na divisa com Turistas e moradores sobem a serra para admirarem as belezas da região serrana em Pernambuco. Serra da Onça e da Lagoa de Santa Cruz são atrações A  Serra da Onça, indiscutivelmente, é um dos maiores cartões postais de Mata Grande, não somente pela sua imponência como também pelo seu histórico. Dizem os mais antigos que lá existia um local nas pedras, onde as onças se escondiam durante  seus descansos. Recentemente, por ocasião da recuperação da pintura e telhado da igrejinha, descobriu-se uma “mandala”, sem que ninguém saiba atribuir o real significado, bem como, os dizeres inseridos na pedra de mármore quando da inauguração pelo Capitão Antônio Rodrigues. Já a região conhecida como Serra da Lagoa de Santa Cruz é outra grande atração, comentado como o ponto culminante do Estado de Alagoas. A subida íngreme, entre enormes pedras e rochas existentes e muita neblina, faz com que o local se torne quase inacessível. Do alto, se pode avistar, do outro lado, as Serras da Caiçara em Maravilha e a Serra do Poço. PEDRAS O local, que é realmente encantador, tem a pedra principal onde o exército brasileiro, quando fazia o serviço geodésico da região, acumulou pedras sobre pedras, dando possibilidades para que no futuro o local passe a ser frequentado por turistas. A serra tem a lagoa que é bem povoada, com muitas fruteiras. Com o desassoreamento da lagoa, poderia nascer facilmente um “pesque e pague” e uma pousada, o que elevaria o potencial turístico da cidade já bastante frequentada por romeiros do Santuário de Santa Terezinha do Menino Jesus, obra criada e administrada pelo Padre Sizo. Vale ressaltar ainda as flores nativas que rodeiam o ponto culminante, parecendo que a natureza caprichosamente as cultiva entre matas nativas e pastagens.