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Copa do Mundo: alagoano vai pagar mais pelo kit torcedor

De acordo com economista, competição mundial em 2022 será a mais cara dos últimos 20 anos devido à inflação descontrolada

Por Luciana Beder – Colaboradora 29/10/2022 08h01 - Atualizado em 30/10/2022 15h39
Copa do Mundo: alagoano vai pagar mais pelo kit torcedor
Pacote de figurinha encabeça a lista com aumento de 100%, mas não impediu que o aposentado Oseas Eufrásio comprasse quatro álbuns da Copa - Foto: Adailson Calheiros

O torcedor alagoano deve desembolsar mais com o famoso ‘kit torcedor’ para a Copa do Mundo de 2022, que acontecerá no Catar, entre os dias 20 de novembro e 18 de dezembro. Segundo o economista Diego Farias, será a Copa do Mundo mais cara dos últimos 20 anos. “Sem dúvidas, será mais cara para o alagoano. Inflação descontrolada em todos os setores e segmentos. O valor para bater o álbum de figurinhas, por exemplo, está surreal”, afirmou.

Um levantamento realizado pela XP Investimentos mostrou aumento nos preços dos principais itens do torcedor, em comparação com a última edição, realizada no ano de 2018. O pacote de figurinhas encabeça a lista com aumento de 100%. Em segundo lugar, a carne com alta de 79,1% e em terceiro, a camisa da seleção brasileira com 40% de aumento.

Outros itens que fazem parte do ‘kit torcedor’ e apresentaram alta são: refrigerante e água no domicílio, com aumento de 23,7%; refrigerante e água fora do domicílio, com alta de 20,2%; cerveja no domicílio, com 18,4% de aumento; televisor, com 16,8%; álbum de figurinhas, com 16,5% de alta; e cerveja fora do domicílio, com 14,9%.

O economista explicou que, no caso do álbum de figurinhas, não tem como o torcedor alagoano economizar. “Não há como economizar, por causa do monopólio da empresa, que é a única licenciada a fornecer o direito de imagens dos jogadores. Já a camisa da seleção brasileira, o consumidor pode substituir a oficial por uma similar ou aproveitar a Black Friday para tentar adquirir com desconto, já que está no maior valor já visto”, disse Farias.

Mesmo com a camisa oficial da seleção brasileira custando R$ 349,90, o item está em falta em diversas lojas da capital alagoana. O gerente de uma loja de itens esportivos Marcos Vinicius da Penha contou que, neste ano, a camisa foi um dos itens mais vendidos. “Foi um estrondo de vendas. Existe uma possibilidade de reposição, mas acredito que seja muito difícil. Não só na nossa loja, a dificuldade de encontrar em sites e outras lojas físicas está muito grande”, afirmou.

Consumidor opta por camisa similar


A funcionária de uma galeteria Fátima Ribeiro acredita que estará trabalhando no horário dos jogos, mas decidiu comprar, pela primeira vez, uma camisa da seleção brasileira. Ela optou por uma similar, que está sendo vendida por R$ 35 no Centro de Maceió.

“Com o dinheiro da camisa oficial, a pessoa compra dez dessa aqui e o material é o mesmo, só muda a etiqueta. Deu vontade de vestir a camisa nessa Copa e o preço da similar está razoável. Poderia ser mais barato, mas em todo lugar está esse preço”, contou.

Já o aposentado Oseas Eufrásio vai aproveitar a camisa de copas anteriores. “Sempre assistimos os jogos na casa do meu irmão, lá em casa ou na casa do meu cunhado. Vou usar uma camisa que ganhei na Copa de 2014 e tenho até hoje. Se não tivesse, não compraria uma oficial, compraria uma normal mesmo, mais barata”, afirmou.

Oseas Eufrásio gosta também de colecionar os álbuns de figurinhas e contou que o preço das figurinhas aumentou bastante. “Tenho dois álbuns fechados da copa de 2014 e três álbuns da de 2018. Lembro que, em 2018, era dois reais o pacote com cinco figurinhas. Hoje, é quatro reais, dobrou”, disse.

Mesmo com a alta de 100% no preço do pacote de figurinhas, o aposentado já completou quatro álbuns da Copa do Mundo, que acontecerá no Catar. “Já completei o meu e de três netos. Agora, estou vendendo as figurinhas que sobraram. A pessoa tem a vantagem de escolher a figurinha que precisa, ao invés de comprar o pacote, que às vezes não aproveita nenhuma”, afirmou Oseas Eufrásio.