Esportes
Racismo: Brasileiro lamenta impotência na Bolívia: 'Pior que uma entrada no tornozelo'
Serginho explica decisão de deixar gramado após ser alvo de insultos e critica comentarista local que minimizou xingamentos: 'Para você ver o nível da pessoa que confiam um microfone'
20/03/2019 10h32
Todo mi apoyo para Serguinho que se retiró del campo ante los insultos racistas de una importante parte de aficionados de Blooming y que la ley actúe con contundencia para que no vuelva a ocurrir pic.twitter.com/6OA6osSil3
— Miguel A. Portugal (@maportugal55) 18 de março de 2019 A decisão repercutiu na Bolívia a ponto que o presidente Evo Morales foi ao Twitter defendê-lo. Só que o comentarista de uma emissora local deu uma declaração infeliz, indicando que Serginho estaria sujeito a esse tipo de insulto por ser jogador de futebol – e, consequentemente, uma pessoa pública. - Infelizmente, me mandaram vídeo desse comentarista. É por conta desse tipo de pessoa, que faz esse tipo de comentário, que ainda existe o racismo. São formadores de opinião, e muitas pessoas as escutam. É uma das maiores emissoras do país, e o cara tem essa infelicidade. Não podemos esperar essa coisa. A minha filha de 10 anos falou que o cara estava errado. Para você ver o nível da pessoa que confiam um microfone. Nesta terça, o presidente do Blooming, Juan Jordán, convocou entrevista coletiva e revelou que denunciou o brasileiro e o Jorge Wilstermann. Quer a suspensão de um ano de Serginho, embora diga que "repudia a discriminação e o raciscmo". O atacante brasileiro sofreu outros atos de racismo em diferentes estádios bolivianos, mas essa foi a primeira vez que abandonou o campo. No ano passado, também em um estádio de Santa Cruz, Serginho se negou a voltar após o intervalo devido a insultos racistas vindos da arquibancada. A Bolívia, que tem uma população em sua maioria indígena, aprovou em 2010 uma Lei contra o Racismo e toda forma de discriminação. - Temos que pensar agora com a cabeça mais fria. O povo boliviano não tem esse preconceito, essa discriminação. Só algumas pessoas influenciadas talvez por meios de comunicação. Esse insulto que sofri não é uma coisa normal e tampouco partiu dos torcedores. No ano passado, contra essa mesma equipe, o treinador deles teve a mesma atitude, e foi punido. É uma coisa que se arrasta desde o ano passado. Não sou só eu que vem sofrendo com o racismo aqui. Tem muitos jogadores, eles acham que é um negócio normal no futebol. Não podemos aceitar.Serginho es negro!! Debería saber que si nació así está expuesto a estas cosas...
Suena ridículo, no? Tan ridículo como decir que si sos futbolista sabés "en lo que te metés". Pagar una entrada no te da derecho a ser un imbécil. Ojalá no puedan pisar nunca más un estadio pic.twitter.com/129AqREykU — Agustín Suárez D. (@A_SuarezDoreski) 18 de março de 2019 Em evento da Conmebol nesta terça-feira, o técnico Jorge Wilstermann, Miguel Ángel Portugal, saiu em defesa do seu atacante. O clube boliviano estuda entrar com uma ação contra ao Blooming. - No domingo, eu tive um problema no campo com o Jorge Wilstermann. Um jogador meu, Serginho, foi insultado com insultos racistas. Eu creio que deveríamos ser muito duros com esse tema. Creio que não se deve permitir e creio que a confederação, a Conmebol, deveria passar a todas as confederações que, se isso aconteça, seja punido duramente à equipe que a faça – disse Miguel Ángel Portugal. Com a derrota por 2 a 0 para o Blooming fora de casa, o time de Serginho e Alex Silva estacionou na quinta colocação, com 17 pontos - o Nacional Potosí lidera com 28. O Jorge Wilstermann é do mesmo grupo de Boca Juniors Athletico-PR e Tolima no Grupo G da Libertadores.Mais lidas
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