Esportes

Agreste: pequena “Marta” é esperança no futebol feminino

Helô tem apenas 12 anos, é de Arapiraca e considerada uma das mais novas revelações do esporte no Brasil

Por Texto: Davi Salsa / Sucursal Arapiraca com Tribuna Independente 25/12/2018 10h10
Agreste: pequena “Marta” é esperança no futebol feminino
Reprodução - Foto: Assessoria
Única atleta no país a disputar partidas oficiais de futebol entre os garotos de sua idade, a pequena Heloísa Alves Macedo, a Helô, tem apenas 12 anos, mas já desponta no futebol com a promessa de, num futuro próximo, substituir a jogadora Marta, a alagoana de Dois Riachos, eleita seis vezes a melhor jogadora de futebol do mundo. Natural de Arapiraca, Helô também é atacante e, atualmente, treina na Escolinha do Flamengo, em sua terra natal. A jovem atleta já disputou, na Gávea, no Rio de Janeiro, competição nacional das escolinhas oficiais do clube, a exemplo da Copa Fla-Brasil, representando a cidade de Arapiraca, após conquistar em Natal, no Rio Grande do Norte, a classificação no campeonato que reuniu as escolinhas de futebol de toda a Região Nordeste. Apesar da pouca idade, Helô coleciona várias conquistas como atleta-mirim, com o título de campeã da Copa do Mundo Fla, disputada em Maceió, a Copa Fla-Nordeste, ocorrida em Natal, no Rio Grande do Norte,  e a Copa Fla-Brasil, disputada no Rio de Janeiro. Recentemente, a pequena Marta do Agreste representou Arapiraca e Alagoas no Campeonato PECUP, da Federação Estadual de Futebol 7 Society de Pernambuco, na Arena de Pernambuco, no Recife, onde foi um dos destaques da competição. A mãe de Helô, a universitária e graduanda em Pedagogia Hebe Maria Alves Macedo, conta que a filha treina há cerca de dois anos, desde a fundação da Escolinha do Flamengo. “No início, ela gostava de jogar como zagueira, mas foi lançada como atacante, devido à sua habilidade com a bola”, relata orgulhosa Hebe Maria, ao lado de seu esposo, o professor Jailson Macedo. O casal tem outro filho, Gustavo, que também acompanha a irmã nos treinos na escolinha de futebol. “Desde pequenina que ela já se identificava em brincar com bola. Mas foi aos nove anos que começou a jogar futebol. Helô não abandonou os estudos. Ela já concluiu o sexto ano do ensino fundamental e conciliamos o tempo acompanhando as disputas nos campeonatos, realizando o sonho dela em jogar futebol em outros gramados fora de Arapiraca”, revela. Hebe Macedo lembra que a pequena atleta começou aos poucos jogando futebol. “O ambiente foi determinante para esse aprendizado, porque o pai e o irmão jogam eventualmente, e, hoje, o irmão com maior frequência e também devido a meu histórico, que na juventude gostava de participar de jogos escolares também no futebol”, observa. Joga com meninos por falta de escola de futebol para meninas Um dos maiores incentivadores da menina, e atual professor dela, é o próprio tio, que é professor de Educação Física e um dos treinadores da escolinha oficial do Flamengo. [caption id="attachment_268567" align="aligncenter" width="887"] Helô é única atleta no país a disputar competição de escolinhas oficiais de futebol entre garotos de sua idade (Foto: Edgar Caetano)[/caption] “Na realidade, inicialmente o desejo de jogar futebol partiu dela, sofreu uma resistência inicial do pai, que por não termos futebol feminino para a idade dela, e não achava adequado a Helô jogar entre os meninos, devido às diferenças fisiológicas que poderia provocar contusões nas disputas de bola”, acrescenta. Mas devido à insistência da filha em jogar futebol, o pai se rendeu, matriculou na escolinha com apoio irrestrito da mãe e de toda família, e hoje é um dos maiores incentivadores e acompanha Helô em todos os torneios e competições em que a garota participa. Em relação à jogadora Marta, a pequena Helô diz que conhece apenas pela mídia e redes sociais. “É a melhor jogadora do mundo, sem dúvidas, sou fã dela e desejo um dia poder conhecê-la pessoalmente”, afirma a jovem atleta, que atua no Sub-11 do Flamengo, jogando uma categoria a menos com os meninos de sua faixa de idade. A mãe da jovem revelação do futebol alagoano diz que sua filha não sofreu muito preconceito em jogar com meninos. “As crianças têm muito mais facilidades de interagir e, por isso mesmo, são menos preconceituosas que pessoas adultas. Inclusive, eles respeitam até nas bolas divididas, com ela, na hora do jogo. Os meninos aceitam com naturalidade ela jogando no campo com eles”, argumenta. “Sabemos que ela tem muito talento para jogar futebol, mas isso até quando ela quiser estaremos apoiando, incentivando e torcendo pelas suas vitórias e conquistas. O futuro que vai decidir será ela e o que mais importa é continuar sendo feliz e fazendo o que mais gosta atualmente, que é jogar futebol”, completou.