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Internacional se reúne com CBF, que nega pedido por VAR nas últimas rodadas

Presidente Marcelo Medeiros consegue assinatura de outros 14 clubes e se reúne com a entidade

Por Texto: Diego Guihard e Eduardo Deconto com Globo Esporte 06/11/2018 17h51
Internacional se reúne com CBF, que nega pedido por VAR nas últimas rodadas
Reprodução - Foto: Assessoria
A CBF negou o pedido do Inter para utilizar o árbitro de vídeo nas seis rodadas finais do Brasileirão. Após reunião realizada na sede da entidade, nesta terça-feira, o presidente Marcelo Medeiros confirmou para o programa Seleção, do SporTV, a negativa. Ao mesmo tempo, o dirigente colorado disse que a proposta "foi bem recebida" para ser implementada em um futuro próximo. Medeiros levou para a CBF a assinatura de outros 14 clubes brasileiros favoráveis ao pleito. Após a partida contra o Atlético-PR, o vice de futebol Roberto Melo disse ter o apoio de outros 18 clubes, mas três clubes não assinaram o documento a tempo e outros dois foram contra – o clube gaúcho não revela quais por "questões éticas". Conforme o dirigente, a CBF alegou dificuldades técnicas para implementar a tecnologia em todos os jogos da reta final da competição. – (A CBF) Não vai acatar. A proposta foi muito bem recebida, mas a entidade vê dificuldade técnica na implantação do VAR em todas as rodadas nesse momento. A CBF recebe a manifestação e ficou de estudar para que a gente possa dar um passo nesse sentido em um futuro próximo – explicou Medeiros ao SporTV. A direção do Inter levantou a bandeira pelo VAR após o empate em 1 a 1 com o Vasco, pela 31ª rodada do Brasileirão. A partida foi marcada por um pênalti polêmico em Kelvin, convertido por Maxi López. No jogo anterior, empate em 2 a 2 com o Santos, os colorados reclamaram da demora de Ricardo Marques Ribeiro, que levou cinco minutos entre conversas com seus assistentes para assinalar impedimento e anular gol de Leandro Damião. Contra o Atlético-PR, nova polêmica, desta vez a favor do Inter, em pênalti assinalado sobre Rossi, já no final do jogo. – Eles alegaram dois problemas técnicos. Um problema que é a implementação da tecnologia em todos os jogos nas últimas seis rodadas. E a soberania dos clubes que se reúnem no início da competição e organizam o regramento. Seria uma quebra da soberania, que tem uma questão aí legal a ser pensada. Acho que o movimento foi importante. O cenário mudou daquela votação de abril para agora, e esse movimento que capitaneamos foi no sentido de contribuir. Eles ficaram, examinaram as nossas ponderações – acrescentou o presidente ao GloboEsporte.com. Medeiros disse que conversou com a direção de todos os 20 clubes da Série A e conseguiu o apoio massivo. Segundo o mandatário colorado, mesmo os clube que não assinaram se mostraram preocupados com os erros de arbitragem. Procurada pelo GloboEsporte.com, a assessoria da CBF preferiu não se manifestar sobre o pedido. Em entrevista recente, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Coronel Marcos Marinho, afirmou que o recurso não seria utilizado este ano. O GloboEsporte.com procurou a direção dos clubes da Série A. Além do Inter, Grêmio, Palmeiras, Santos, São Paulo, Flamengo, Bahia, Paraná, Chapecoense e Sport se mostraram favoráveis a utilização do VAR nas rodadas finais. Por outro lado, Botafogo, Corinthians, Atlético-PR, América-MG, Atlético-MG, Cruzeiro, Fluminense e Vitória também apoiaram, mas com a ressalva de que a CBF arcasse com os custos. Já o Sport apoiaria a causa desde que clubes e entidade dividissem os custos. Dos clubes procurados, o Vasco foi contrário a iniciativa colorada por ser contra a implementação da tecnologia de "forma abrupta". O clube carioca mostra ressalvas com critérios técnicos para a utilização da tecnologia. – O Vasco é a favor de tudo que venha para tornar o futebol mais justo e melhorar a experiência para os torcedores, mas, por princípio, reafirma sua posição de que os clubes não devam arcar com os custos do VAR. Além disso, os critérios técnicos sobre sua utilização também não estão claros. A implementação do VAR de forma abrupta resultou em notórios problemas na Copa do Brasil e na Taça Libertadores, gerando mais controvérsias do que propriamente solucionando as dúvidas da arbitragem em lances capitais de partidas decisivas. O VAR tem que sair a partir de discussão e um consenso entre todos os clubes, e não a partir de uma choradeira seletiva – diz o Vasco, por meio de nota oficial.