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Titanic brasileiro! O que aconteceu com o barco Bateau Mouche no Réveillon de 1988?

Tragédia envolvendo o barco Bateau Mouche, em 1988, ficou marcada para milhares de brasileiros

Por Tatiana Leonel com Zappeando 14/04/2025 18h27 - Atualizado em 14/04/2025 18h43
Titanic brasileiro! O que aconteceu com o barco Bateau Mouche no Réveillon de 1988?
'Bateau Mouche: o Naufrágio da Justiça', com três episódios, está disponível na Max. - Foto: Divulgação/Max

A série “Bateau Mouche”, da Max, aborda o naufrágio do Bateau Mouche IV, que ocorreu em 1988, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, quando o barco estava a caminho de Copacabana.

Indo além da tragédia, a produção mostra depoimentos inéditos de sobreviventes e familiares das vítimas, bem como os detalhes por trás das investigações. Confira detalhes!

O que aconteceu com o barco Bateau Mouche?

Inspirado nos elegantes barcos turísticos do rio Sena, na França, o Bateau Mouche 4 surgiu para proporcionar uma experiência sofisticada no Réveillon de 1988 para 1989. O pacote oferecia jantar requintado, música ao vivo, open bar e uma vista deslumbrante do show de fogos da praia de Copacabana.

Na época, os ingressos custavam Cz$ 150 mil —cerca de R$ 2.737 pelos valores atuais. A embarcação turística saiu da Praia de Botafogo com cerca de 142 passageiros a bordo, número muito acima do permitido, para celebrar o Ano Novo.

Por volta das 23h50, o Bateau Mouche IV colidiu com ondas de 1,50 m, acima do que comportava o casco, perdendo a estabilidade e afundando posteriormente, em local entre Ilha de Cotunduba e o Morro do Pão de Açúcar. A tragédia resultou em 55 mortes.


Série da Max explora detalhes do caso Bateau Mouche

“Bateau Mouche: O Naufrágio da Justiça”, série documental da Max, foi dirigida e produzida por Guto Barra e Tatiana Issa, responsáveis por “Pacto Brutal – O Assassinato de Daniella Perez”. A produção explora, sobretudo, as falhas e impunidade por trás do trágico acidente.

Quando construíram o barco, nos anos 1970, a lotação permitia somente 20 pessoas. Após passar por diversas reformas, o número aumentou para 62, segundo a perícia — menos de metade do número de passageiros no dia do naufrágio.

Testemunhas dizem ter visto funcionários da empresa Itatiaia Turismo, organizadora do evento, subornando oficiais da Marinha, pouco antes do acidente. As acusações, no entanto, não se comprovaram durante as investigações.

Entre as 55 vítimas, estava a atriz Yara Amaral, no auge de sua carreira. Ela não sabia nadar e sempre teve medo do mar, mas decidiu participar do passeio a convite da amiga Dirce Grotkowsky. O filho da atriz, Bernardo Amaral Goulart, deu seu depoimento na série da Max e emocionou a todos.

Investigações e condenados do caso Bateau Mouche

O caso se tornou um símbolo da impunidade e da lentidão da justiça brasileira. Os proprietários da empresa Bateau Mouche Rio Turismo e militares da Marinha que emitiram as licenças enfrentaram julgamento, mas muitos não cumpriram suas penas após fugirem do país.

Os sócios majoritários Faustino Puertas Vidal e Avelino Rivera (espanhóis) e Álvaro Costa (português), receberam condenação por homicídio culposo (sem a intenção de matar), sonegação fiscal e formação de quadrilha, em maio de 1993, a quatro anos de prisão em regime semiaberto (só dormiam na prisão), mas em fevereiro de 1994 fugiram para a Espanha.

“Bateau Mouche: o Naufrágio da Justiça”, com três episódios, está disponível na Max.