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Coletânea literária 'Águas d’ilê' nasce em meio à pandemia

Livro, que será lançado no dia 15 de janeiro, reúne 18 contistas de diversas cidades brasileiras, entre eles um escritor de Aracaju

Por Assessoria 07/01/2021 10h11
Coletânea literária 'Águas d’ilê' nasce em meio à pandemia
Reprodução - Foto: Assessoria
Em meio a uma pandemia mundial, sem precedentes, nasce a antologia literária “Águas d’ilê”, inspirada na força feminina e matriarcal negra representada por Oxum. A obra, organizada pela escritora e atriz Cristiane Sobral e pelo diretor de arte Ricardo Caldeira, reúne narrativas de 18 contistas, com formações diversas e de várias cidades brasileiras. Entre eles, Toni Edson, que mora em Maceió. O lançamento do livro, do selo editorial Aldeia de Palavras, será no dia 15 de janeiro, em uma live transmitida pelo Instagram: www.instagram.com/cristianesobralartista. A coletânea está dividida em três capítulos. Em cada escrito, transbordam achados interiores, ancestrais que procuram estratégias de bem viver além do cristianismo, do patriarcado e do capitalismo. Os autores discursam sobre afeto, matriarcado, racismo e oralidades no espaço social comum, em sua maior parte a partir de uma perspectiva ancestral africana e indígena. Com o tema central “Águas d’ilê”, o livro é um convite para que as pessoas mergulhem em histórias e vivências, conforme realça a escritora, organizadora da antologia, Cristiane Sobral “A água abundante na esfera planetária é fonte de vida e de expressão. Como trama essencial aqui ostentamos as águas de ler, com uma pluralidade de vozes necessárias que transcendem silêncios seculares com dignidade, reafirmando equidade para existências vilipendiadas, dignas das primazias terráqueas”. A capa do livro é de Nelson Inocêncio, artista visual e professor do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília e membro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UnB. O prefácio é de Luana Reis, doutoranda em Literatura na Universidade de Pittsburgh, EUA, ambos pesquisadores em expressões culturais de matrizes africanas em diáspora. Essa obra é resultado de um curso on-line de formação literária que aconteceu durante a quarentena, conduzido pela escritora e atriz Cristiane Sobral. Paralelamente, os participantes tiveram oficina de apresentação profissional e produção gráfica para escritores, conduzida pelo cocriador e diretor de arte do projeto, Ricardo Caldeira. A produção cultural é de Alyne Lima. Os integrantes da equipe buscam por meio da linguagem poética provocar a sociedade sobre temas sociais, com destaque a luta contra racismo e valorização das pessoas negras. A arte, neste sentido, se torna também instrumento político e de transformação social. Os escritos da antologia são dos autores: Alyne Lima (Brasília-DF), Cax Nofre (São Paulo - SP), Cristiane Sobral (Brasília-DF), Denise da Costa (Fortaleza-CE), Gabriela Furtado (Brasília-DF), Joseane Cantanhede (São Luís- MA), Kátia Rocha (Salvador - BA), Letícia Érica Ribeiro (Goiânia - GO), Mirian Bispo (Sobradinho – DF), Patrícia Aniceto  (Santos Dumont -  MG), Ricardo Caldeira (São Sebastiao - DF), Sarah Muricy (Campo Grande - MS), Sheila Martins (Rio de Janeiro- RJ), Silvia Carvalho (Rio das Ostras - RJ), Tânia Cerqueira ( Salvador- BA), Thalles do Nascimento Castro (Juiz de Fora - MG), Toni Edson (Aracaju-SE) e Viviane Martins (Campos – RJ). Obra inaugura selo editorial Aldeia de Palavras   A antologia Águas d’ilê inaugura o selo editorial Aldeia de Palavras, de Cristiane Sobral em parceira com Ricardo Caldeira. Um dos objetivos dessa iniciativa é a inserção de novos escritores e escritoras no mercado das letras. Esse é um movimento simbólico produzido no ano em que Cristiane Sobral comemora os 20 anos da primeira publicação nos Cadernos Negros 23, organizado pelo grupo Quilombhoje Literatura (SP). Na época, estreou com o poema “Não vou mais lavar os pratos”. “A força motriz do projeto nasceu da necessidade de romper silêncios históricos considerando os caminhos estéticos das escrituras e o compartilhamento de experiências no mercado editorial ainda tão restrito para a população negra e periférica, especialmente para mulheres negras”, ressalta Cristiane Sobral. TONI EDSON Sergipano, começa o teatro com 11 anos. Desde cedo bole palavras poemas, peças, e tem na canção expressão vasta. Em Aracaju, se via como “moreninho”, mas em Floripa, desde os 17 anos, falar do resfolêgo do cordel, das fungadas e cafunés, precisou vir sem arrudeio na licenciatura em teatro. Mestre em dramaturgia, vira aprendiz dos seus filhos, príncipes que cria para o mundo. É ator e se revela contador de histórias, caçador de tesouros orais. As viagens são fontes inesgotáveis. Depois de vinte anos narrando histórias pindorâmicas e africanas, passa a tecer contos entendendo o valor de sua história. Com tese focada na Oralidade, esse professor federal resiste como defensor da educação pública. Quando fala, sente que a palavra é maior que ele, quando escreve, sabe que a escrevivência é uma fotografia do saber, e quando canta, respeita e evoca nossas ancestrais. SERVIÇO: Lançamento virtual do livro Águas d’ilê Data: 15 de janeiro às 19h Instagram: www.instagram.com/cristianesobralartista Valor do livro: R$ 40 – pedido de compras pelo [email protected] ou pelo whatsapp (61) 9 9153-1883 ou (61) 9 9294-5511 (Alyne Lima)