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Ex-jardineiro revelado por Taylor Swift conta como hit mudou sua vida
Cantor que vem ao Lollapalooza lembra: "Terminei de gravar a música à noite e tinha que trabalhar às 5h da manhã; estava morto"
Vance Joy é um australiano boa-praça que há cinco anos cuidava de jardins. Talvez seguisse como jardineiro se não tivesse investido um dinheirinho num ukulele (espécie de cavaquinho havaiano) e no aluguel de estúdio para gravar "Riptide". O folk-pop simples fez dele astro na Austrália e, descoberto por Taylor Swift, revelação pop mundial. Aos 29 anos chega a SP, para o Lollapalooza.
O nome Vance Joy é artístico, inspirado em um personagem do livro "Bliss", de Peter Carrey. É que ele acha seu nome real, James Keogh, muito difícil de se pronunciar.
Ele foi jogador de futebol australiano, revelação na liga estadual de Victoria. O jovem indeciso também estudou direito e, como contou ao G1, fiz bico de jardineiro antes de virar cantor.
"Riptide" saiu em 2013 e se tornou a música que mais tempo ficou na parada da Austrália: 123 semanas no top 100 até 2016. Está no disco "Dream your life away" (2014).
Taylor Swift se encantou pela música e chamou Vance Joy para a turnê "1989". Assim, ele entrou de vez no radar da mídia musical além da Austrália.
G1 - Refletindo sobre os últimos anos, qual foi o impacto de Taylor Swift na sua carreira?
Vance Joy - Sou muito grato a ela, uma pessoa amável. Eu me diverti muito naquela turnê. Ela me deu a chance de tocar para um milhão de pessoas. Abriu as portas para um público enorme, eu tive muita sorte. Impactei pessoas que talvez jamais me veriam, pois o público dela é diferente do meu.
G1 - Você conversava com ela sobre a carreira na música?
Vance Joy - Ela foi muito elogiosa e compreensiva. Mas não eram conselhos, e sim exemplos. Eu ficava observando ela, com tanto sucesso, e mesmo assim tinha todo o tempo para falar comigo e com todo mundo, era generosa. Tomei isso como um exemplo de alguém que trabalha bem, e aprendi com isso.
G1 - Fazendo os shows de abertura, o que aprendeu sobre tocar para um público que não saiu só para ver você? Pretende usar esses truques no Lollapalooza?
Vance Joy - Para tocar para tanta gente, você tem que olhar diretamente para as pessoas e se conectar com elas. Ter uma energia aberta. Quando você toca com paixão de verdade, as pessoas conseguem sentir que você está presente. Elas percebem muito rápido se você canta as músicas com convicção. Só assim você consegue conquistar as pessoas.
G1 - O folk pop que você toca é associado ao “cara legal”? Você se sente preso neste estereótipo?
Vance Joy - Acho que sim. Talvez, se eu estivesse no Metallica, as pessoas não esperariam que eu fosse um cara gentil. Mas eu estava vendo aquele documentário [“Some kind of monster”], e o Kirk Hammett é o cara mais doce do mundo. Então acho que não importa a música que você toca, mas a maneira que você toca as músicas. Dá para ver: uau, esse cara está fazendo o que ele ama.
Halloween with a couple of legends @taylorswift13 @ShawnMendes last US 1989 tour show - thanks for having me Taylor. pic.twitter.com/yQkeiDGJNW
— Vance Joy (@vancejoy) 1 de novembro de 2015(Vance Joy mostrou foto com Taylor Swift e Shawn Mendes no Twitter em novembro de 2015)
G1 - Você é fã de Metallica?
Vance Joy - Sim, eu cresci amando Metallica. O filme faz um retrato muito bom das personalidades deles, é muito interessante para ver como funciona uma banda. É legal ver o que eles passaram, acho que toda banda no mundo se identifica. A dificuldade no estúdio, sentir que você não está chegando a nenhum lugar e forçando. Eu amei esse filme, ele renovou meu interesse por eles.
G1 - Você sabe que eles também estarão no festival?
Vance Joy - Sim, ótimo, eu quero muito vê-los tocarem. Sei que o público fica maluco.
G1 - Eu estava vendo um site com cifras de ukulele e “Riptide” é a quarta música mais acessada de todas lá. Como foi gravar uma música que virou uma referência tão grande para um instrumento?
Vance Joy - Eu comprei o ukulele um dia antes de gravar “Riptide”. Mas acabou que eu não comprei o melhor possível, o mais caro. Achei um de 300 dólares e levei para o estúdio. Acho que o mais importante é achar o seu jeito de tocar. Não tem que ser melhor que todo mundo. Se tiver seu estilo, as pessoas vão aceitar. Aí você vai aperfeiçoando e vai conseguir causar uma boa impressão.
G1 - Ainda tem este primeiro ukulele? Ele vai estar no Brasil?
Vance Joy - Sim (risos), ele vai viajar. Ainda uso quando vou tocar “Riptide”.
G1 - Essa é a música que mais tempo ficou na história da parada australiana. Você já se cansou de ouvir?
Vance Joy - Eu não ouço muito no rádio, não é que ela toque seguido, o tempo todo. Eu não fiquei cansado de ouvir. Na verdade, eu fico empolgado quando ouço uma música minha no rádio até hoje, parece algo especial. Não é que todas as músicas que tocam na Austrália são minhas.
Vance Joy (Foto: Divulgação / Instagram do cantor)
G1 - Na época, imaginou que essa música chegaria tão longe?
Vance Joy - Não sabia onde iria. Não tinha um limite. Eu marquei o estúdio para tocar por metade de um dia, só queria fazer um bom trabalho. Passei o dia lá e acabei saindo às 22h, sabendo que teria que acordar às 5h para trabalhar. Eu estava tão cansado, que cheguei em casa e capotei. Me lembro de acordar para trabalhar na manhã seguinte, foi difícil. Não sabia o que ia acontecer. Mas eu sabia que se eu gravasse algo bom, alguma coisa diferente poderia acontecer.
G1 - Qual era o seu trabalho?
Vance Joy - Eu estava trabalhando como jardineiro, era subcontratado por uma empresa. Eu estava morto.
G1 - E agora, depois do sucesso, você já pensa em um segundo álbum? Como ele será?
Vance Joy - Sim, estou compondo e gravando coisas. Espero que neste ano ainda eu consiga lançar algo. Acho que será parecido com o primeiro. Podem ter ritmos e instrumentos diferentes, mas a base das composições é a mesma.
G1 - Se em vez de virar músico, você seguisse seu estudo em direito, virasse um advogado e pudesse processar qualquer pessoa, quem seria?
Vance Joy - Se eu fosse realmente rico eu acho que eu pensaria em ir atrás do Donald Trump. Acho que se eu tivesse a chance de ser protegido, para que ele não prejudicasse a mim e minha família, eu acho que tentaria interromper o mal que ele tem feito a outras pessoas.
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