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Sem Jack Bauer, novo 24 Horas tem protagonista negro e discute racismo
24 Horas: O Legado, que estreia nesta quinta (9) na Fox, traz de volta os acontecimentos em tempo real e a luta contra terroristas que marcaram a série original (2001-2010). Sem Jack Bauer (Kiefer Sutherland), os produtores recorreram a um protagonista negro e a vilões muçulmanos para discutir questões como racismo e anti-islamismo.
Herói da vez, Eric Carter (Corey Hawkins, o Heath de The Walking Dead) é negro, jovem, teve uma infância difícil e ainda hoje lida com o preconceito. No segundo episódio (que também vai ao ar hoje), ele precisa ser preso, para roubar dinheiro apreendido em uma delegacia, e diz que não terá problemas para que isso aconteça, por causa da cor de sua pele.
Os vilões da vez são muçulmanos que organizam um ataque em solo americano. A série está sendo criticada por essa escolha, pois parece tomar o lado de Donald Trump na polêmica sobre proibir a imigração de sete países adeptos da religião aos Estados Unidos como forma de "diminuir a ameaça terrorista". Os produtores alegam coincidência, já que a série foi escrita antes da eleição de Trump.
Em uma época na qual a violência policial contra negros e a xenofobia são amplamente discutidas nos Estados Unidos, a série coloca o dedo na ferida. Repete, assim, outro ingrediente do sucesso da 24 Horas original: o fato de ser extremamente atual _a estreia em 2001 teve de ser adiada pois mostraria um avião explodindo apenas um mês depois dos atentados do 11 de Setembro.
Herói perseguidoO primeiro episódio, exibido às 23h, apresenta Eric Carter, um ex-soldado de elite do Exército norte-americano que participou da operação responsável por matar o líder terrorista Ibrahim bin-Khalid. Só que os seguidores do muçulmano não aceitam a derrota e passam a eliminar, um a um, os soldados da operação e seus familiares.
Os únicos sobreviventes são Carter e Ben Grimes (Charlie Hofheimer, de Mad Men), que não lidou bem com a volta ao país e, por causa do estresse pós-traumático, virou um viciado. Quando Carter descobre que as vidas dele e do amigo correm risco, é obrigado a voltar à ação.
Miranda Otto vive Rebecca Ingram, ex-diretora da CTU e única pessoa em quem Carter confia
Para ajudá-lo nessa missão, ele conta com Rebecca Ingram (Miranda Otto, de Homeland), ex-diretora da CTU (Unidade Contra-Terrorista, na qual Jack Bauer trabalhou durante a série original) que se afastou do cargo para a campanha à presidência do marido, o senador John Donovan (Jimmy Smits, de The Get Down).
Juntos, Carter e Rebecca descobrem que, além de eliminar os soldados americanos, os terroristas muçulmanos planejam uma série de atentados nos Estados Unidos. Agora, eles precisarão correr contra o tempo para proteger o país _e de forma anônima, já que não estão certos de que podem confiar no novo diretor da CTU, Keith Mullins (Teddy Sears, de Flash).
Fãs da série original sentirão a falta de Jack Bauer e de outros personagens marcantes, como a hacker Chloe O'Brian (Mary Lynn Rajskub) ou o político David Palmer (Dennis Haysbert) _que sequer são citados nos dois primeiros episódios. Mas 24 Horas: O Legado é um bom passatempo e Corey Hawkins tem carisma para carregar a série nas costas _desde que não tente copiar o que Kiefer Sutherland fez no passado.
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