Em um carro indo para o aeroporto de Los Angeles, Zara Larsson bate um papo por telefone com o G1. A cantora sueca de 19 anos, uma das popstars mais prontas para despontar em 2017, fala bastante. É simpática, sem ser forçada.

Ela diz que ainda mora na Suécia, mas vive na ponte aérea Estocolmo-Estados Unidos. Conta que quer fazer shows no Brasil, mas isso só vai acontecer quando lançar seu primeiro disco oficial. Em 10 anos de carreira, lá se foram alguns singles bombadinhos e dançantes (como "Ain't My Fault" e "Lush Life") e um álbum mais para o mercado sueco.

O que fica claro durante a conversa é que Zara sabe o que quer desde que se inscreveu na versão sueca do "Got Talent". O que aprendeu no programa de calouros? Nada. Viu o reality como um atalho para a fama. Queria ser vista e ouvida pelos outros. Conseguiu. Hoje, soma três músicas que chegaram ao top 5 das paradas britânicas. E vê em 2017 um ano para mudar de patamar.

G1 - Por que a música pop é tão forte na Suécia?Zara Larsson - Uma das razões é que temos aulas de música desde pequenos. Eu sinto que por termos grandes músicos na nossa história, isso nos faz ficar mais confiantes. Sabemos que podemos fazer sucesso, porque outros suecos já fizeram. Eu acho que tem também uma herança do socialismo, do ensino de qualidade para todos. Eu era paga para ir à escola. Tudo o que é necessário para se viver temos de graça, como bons médicos e dentistas. Isso faz com que possamos estar mais leves para fazer uma boa música pop.

G1 - Quando criança, você dizia para sua mãe que queria ser o novo Elvis... Por que dizia isso, e não que queria ser a nova Madonna ou a nova Beyoncé?Zara Larsson - Há uns 12 anos, não sabia quem Elvis era, nem quem era Madonna, muito menos quem era Beyoncé... Eu sabia que o Elvis era grande e estava morto. E eu falava: 'Como assim ele continua tendo tantos fãs, mesmo depois de morrer?' Eu ficava maravilhada com aquela ideia. Quando era pequena, eu queria ser como Elvis, queria ser como aquele cara. Queria que comprassem meus discos mesmo depois de eu morrer. Eu queria ser uma lenda.

G1 - O que você aprendeu com o 'Talang' ['Got Talent' da Suécia]?Zara Larsson - Não aprendi muito, para ser sincera. Eu só participei deste programa porque eu tinha 10 anos (veja vídeo), e não tinha idade suficiente para me inscrever nos outros. Esse permitia. Eu queria ser ouvida e vista pelos outros, queria ser descoberta. Foi minha única opção. Se não fosse pelo programa, eu provavelmente acabaria esperando por mais uns 5 anos antes de ser descoberta.

 (Foto: Divulgação)

G1 - Há músicas como 'Lust Life', que já são sucessos no Reino Unido e na Suécia, mas que começam agora a virar hit nos Estados Unidos. Como continuar cantando essas músicas por tanto tempo, como se ainda fossem novas?Zara Larsson - Eu mudo um pouco a coreografia, mudo o arranjo. "Lush Life" é o meu maior sucesso e ainda me surpreendo quando vejo todo mundo cantando. Essa energia ainda é novidade para mim. Mesmo tendo que repetir tantas vezes a letra dessa música, eu sinto que é a minha preferida. Porque é a preferida de todo mundo.

G1 - Você é chamada de feminista por sua postura em redes sociais, com mensagens como a que você posou com uma camisinha na perna [falando não entender por que homens as acham apertadas]. É importante para uma popstar ter esse tipo de preocupação?Zara Larsson - Eu acho que sim. Aquela é quem eu sou e eu sempre vou postar coisas que eu defendo. Como eu tenho tantos seguidores, eu sinto que tenho que fazer isso. Por que não? Popstars não são obrigados a ter uma atitude, mas é bom lutar por igualdade. Eu quero as mulheres mais seguras e que sejam quem elas quiserem ser. Quero dividir essas ideias com meus seguidores.