Polminho, Polcada, Bevoto e professora Flora. Esses são alguns dos personagens criados por Miguel Fernandes, de apenas 12 anos, estudante do 5° ano da Escola Municipal Petrônio Viana, no Benedito Bentes. O garoto, que é diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA), sonha em ser cartunista, desenhista e ter suas criações artesanais publicadas.

A paixão por histórias em quadrinhos começou quando ele teve o primeiro contato com os gibis de uma das maiores criações de Maurício Sousa. “Foi alguns anos atrás, eu tinha cinco ou seis anos de idade quando li a primeira história da Turma da Mônica”, contou.

Segundo ele, os primeiros rabiscos de tirinhas surgiram aos nove anos, em 2023. No ano seguinte, criou o primeiro personagem e o favorito dele: o Polminho: "É um menino pequenininho com roupa vermelha e laranja, com boné vermelho e cabelo loiro. Polminho é um brincalhão e gosta de aventuras com os amigos”, explicou.

As tirinhas “Prova colada” e "Biscoito da sorte”, protagonizadas por Polminho, são algumas das histórias em quadrinhos criadas por Miguel Fernandes. Nos gibis, é possível ver o talento do garoto em imaginar as aventuras, colori-las e dar um toque de humor.

Questionado sobre suas inspirações para criação dos gibis, ele revelou: “Não tem nada, é só da minha mente”.

Miguel também falou um pouco sobre os outros personagens criados por ele. “Tem o Polcada, ele é um robô, com pés de robô. Aí tem o Bevoto, que é doutor e resolve tudo. Também temos a professora Flora, que dá aula para o Polminho, para namoradinha dele, a Susi, e para a namorada do Bevoto, a Iaguinha”, disse.

“Meu sonho é que minhas histórias sejam publicadas em uma editora”, completou o garoto, cujo sonho é ser desenhista e cartunista.

Talento chamou atenção

Miguel apresentou suas histórias em quadrinhos à gestão da Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed) durante o lançamento do Programa de Aceleração da Educação, fruto de um convênio com o Instituto Ayrton Senna. Para o público, ele mostrou seu talento e explicou a criação dos personagens.

A diretora da escola Petrônio Viana, Janete Alcântara, que acompanhou o estudante na apresentação, conta que a comunidade escolar tem incentivado o garoto a desenvolver sua criatividade.

“O Miguel nos chamou a atenção com essa habilidade para desenho, para criar histórias. E a gente sempre o incentiva, né? Ele é criança autista, então se ele tira o tempo dele para desenhar, a gente deixa, a gente procura incentivar para que ele desenvolva essa criatividade”, explicou.

Segundo a gestora, Miguel é um aluno tranquilo e se dá bem com todo mundo. “Ele tem autonomia, se comunica muito bem, tem uma oratória muito boa. Em sala de aula, a professora sempre usa como recurso um notebook ou o tablet para ele trabalhar e se desenvolver”, contou Janete.