Educação

Curso de agroecologia do Pronera em Alagoas é reconhecido pelo MEC

Por Assessoria 06/12/2024 14h29
Curso de agroecologia do Pronera em Alagoas é reconhecido pelo MEC
Superintendente do Incra, Júnior Rodrigues - Foto: Assessoria

O curso de agroecologia do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) na Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) esta semana com conceito 4, numa escala que vai de 1 a 5. O anúncio foi feito durante a abertura da Semana Acadêmica de Agroecologia, nessa terçafeira (3), no Centro de Ciências Agrárias (Ceca), em Rio Largo, município vizinho a Maceió.

O processo de reconhecimento teve início no ano passado e as avaliações abrangem aspectos didático-pedagógicos, corpo docente e infraestrutura.

A graduação é a primeira do tipo pelo Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária em Alagoas e no Brasil. O curso é financiado pelo Incra. A metodologia utilizada é a pedagogia da alternância, com atividades acadêmicas e nas próprias comunidades.

Coordenador do curso há dois anos, o professor Rafael Vasconcelos divulgou a informação e destacou o significado da nota alcançada. “Precisamos ter noção de que alcançar uma nota dessa num processo que exigiu muito trabalho e superação é uma grande conquista”.

Semana acadêmica

A “Jornada da Diversidade Ecológica”, tema do evento que se estende até amanhã (06), é uma iniciativa dos 28 graduandos e acontece no último semestre presencial da turma do Pronera. Estão ocorrendo debates e palestras, além de apresentações de Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCCs). Uma feirinha foi montada ao lado do auditório, para a venda de produtos
agroecológicos e peças de artesanato pelos estudantes.

Na abertura do evento, o superintendente do Incra, Júnior Rodrigues, reafirmou a parceria com a Ufal para a manutenção e ampliação do Pronera. Ele destacou a importância do curso e propôs a implantação de pós-graduação com mestrado e estágio para os próximos anos.

Rodrigues também é assentado da reforma agrária no município de Maragogi e lembrou das dificuldades que ele e um de seus filhos, que cursa agroecologia em Barreiros-PE, tiveram no dia a dia do deslocamento para a escola, já que o assentamento é de difícil acesso.

“Eu vejo vocês e fico imaginando, porque também aconteceu comigo, o quanto tiveram de dificuldades e o quanto conquistaram. Por isso, eu convido todos a sonhar com a criação de novos cursos. Um curso de mestrado em extensão rural é possível e vamos trabalhar por isso”.

Para o professor Vasconcelos, o curso permite que a Ufal cumpra uma função social dentro de sua missão, principalmente por atender o público da reforma agrária. “A estrutura pedagógica permite a esses assentados acessarem e permanecerem na universidade. E isso tem sido possível em razão do apoio do Incra. A universidade ganha, mas também ganham as próprias comunidades”.

Também participaram da mesa de abertura o representante da Emater, Jorge Izidoro, a diretora acadêmica do Ceca, Rosa Lira, além de Heloísa Amaral, da rede Mutum, Antônia do Espírito Santo, da comunidade quilombola Poços do Lunga, e Tiago Silva, graduando.

Curso, feira e TCC

Na feira, expondo produtos de seu assentamento e de outros, Débora Marcolino, uma das formandas do curso, falou sobre as dificuldades em chegar até aquele momento. Ela vive há 16 anos com o marido e duas filhas no assentamento Amolar, no município de Flexeiras.

Débora explicou sobre a importância de fazer um curso que vai lhe proporcionar mais domínio e conhecimento científico para trabalhar. “Como profissional, isso vai me servir não apenas no lote, mas também para contribuir com as demais comunidades assentadas da região”.

O TCC que Débora vai apresentar é intitulado “Projeto de Turismo Rural Agroecológico no Assentamento Amolar”. Ela relacionou a escolha do tema à sua vivência. “O trabalho trata da criação de oportunidades para se explorar os recursos naturais com sustentabilidade, sem impactos ambientais, e também das experiências que ajudam na vida econômica e cultural dos assentados”.