Educação

Semed certifica 14 indígenas venezuelanos que concluíram curso de Introdução à Língua Portuguesa

Iniciado em maio deste ano, curso pioneiro tinha coml objetivo promover a inclusão social do grupo étnico venezuelano

Por Semed 22/11/2024 15h15
Semed certifica 14 indígenas venezuelanos que concluíram curso de Introdução à Língua Portuguesa
Indígenas Warao da Casa de Ranquines concluem curso de Introdução à Língua Portuguesa promovido pela Semed Maceió - Foto: Livia Penelope/Ascom Semed

Catorze indígenas Warao que estão na Casa de Ranquines receberam, na manhã desta sexta-feira (22), os certificados de conclusão do curso de Introdução à Língua Portuguesa, promovido pelo Núcleo de Línguas Estrangeiras, da Secretaria Municipal de Educação de Maceió (Semed).

O curso foi iniciado em maio deste ano e teve como principal objetivo promover a inclusão social do grupo étnico venezuelano na comunidade local, com foco no desenvolvimento da comunicação oral.

O coordenador do Núcleo de Línguas Estrangeiras da Semed, Jeff Simons, comemorou a conclusão do curso, ressaltando que, embora desafiadora, essa conquista representa apenas o início da jornada educacional desses indígenas.

“Até então, lecionávamos inglês e espanhol, mas sempre para brasileiros. E, pela primeira vez, recebemos indígenas venezuelanos aprendendo a língua portuguesa, sendo um processo inverso. Ao mesmo tempo em que foi desafiador, foi muito importante, principalmente porque estamos agregando a eles a condição social, tornando-os cidadãos brasileiros e alagoanos que podem continuar estudando, buscando a qualificação e ser inseridos no mercado de trabalho. Então, estamos falando também sobre crescimento social e humano”, explicou.

Para facilitar o aprendizado dos venezuelanos, as aulas foram ministradas em formato bilíngue, uma abordagem didática pioneira em Alagoas. O professor de língua portuguesa e espanhol do Núcleo de Línguas Estrangeiras da Semed, Elton Ferreira, pontuou que, na língua Warao, não existem equivalentes para algumas palavras comuns no português e no espanhol.

“A colher, por exemplo, é um objeto que não fazia parte da cultura deles, algo que não existia na natureza ao redor, então tivemos que encontrar maneiras de contornar esses desafios para que eles pudessem transpor a barreira linguística. É muito importante saber a língua do país que lhe acolheu para poder se comunicar e lutar sozinho pelos seus próprios direitos”, observou.

Argenis Marcano, líder da comunidade Warao, celebrou o aprendizado da língua portuguesa e destacou que, daqui para frente, o objetivo é buscar ainda mais conhecimento. “É um momento de muita felicidade”, completou Cecília Marcano, esposa de Argenis.

Fariza Omena, assistente social da Casa de Acolhimento para Indígenas, afirmou que a parceria com a Semed foi primordial para a inserção local da comunidade.

“Em menos de um ano de curso, já vemos um saldo muito positivo. É importante, inclusive, para as crianças menores que veem os pais falando em português, como também para as crianças e os adolescentes que já estão inseridos na escola. Isso os torna mais independentes, o que é fundamental”, concluiu.