Educação
Educadora mineira supera dores e desafios e recomeça vida na creche na Ponta da Terra
Há um ano e meio, Elizabeth perdeu uma filha de nove meses; depois, mudou para Maceió e estava desempregada. Agora, experimenta um novo começo ao passar a trabalhar no programa da Prefeitura
Não é somente a vida de milhares de crianças e suas famílias que estão sendo transformadas pela abertura das novas creches do programa Gigantinhos em Maceió. As três primeiras unidades de ensino em tempo integral, inauguradas nesta semana pelo Prefeitura de Maceió e pela Secretaria Municipal de Educação(Semed), têm revelado histórias de superação e de amor pela profissão.
Natural do Sudoeste mineiro, de São Sebastião do Paraíso, a educadora Elizabeth do Carmo, 45 anos, encontrou no Centro Municipal de Educação Infantil – Rede Parceira (CMEI-RP) Professora Cleide Gomes Cordeiro da Silva, Ponta da Terra, uma chance para recomeçar.
“Faz um ano que eu estava procurando emprego, não estava fácil porque eu não conhecia ninguém para me indicar. Então surgiu essa oportunidade incrível da Prefeitura de Maceió com o Igeve”, contou.
Há pouco mais de um ano, a pedagoga perdeu a filha Elisa, de apenas 9 meses de idade, e se mudou para a capital alagoana com a família após o esposo receber uma proposta de emprego. Ela conta que trabalhar no berçário com crianças nessa faixa etária foi uma surpresa para ela, mas também uma missão.
“Para mim é um desafio, é uma missão, porque eu cheguei a perder um bebê faz um ano e meio por causa de uma cirurgia no coração. Então chegar aqui e pegar esses bebês no colo é um consolo para minha alma. Para mim foi um presente de Deus e eu vou fazer de tudo para que eles se desenvolvam tanto motoramente quanto socialmente”, revelou emocionada.
Esta não é a primeira experiência de Elizabeth em uma rede municipal. Ela atuou na alfabetização de crianças na sua cidade natal, porém, essa é a primeira vez que ela trabalha no berçário.
Antes disso, a professora precisou se afastar um tempo da profissão para se dedicar ao filho mais velho, Alex, de 11 anos, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Fazia 7 anos que eu estava afastada da rede municipal, porque assim que eu descobri que o Alex era autista, deixei tudo para cuidar dele. Mas valeu a pena porque provou que o atendimento clínico nas unidades dá certo”, disse.
A professora contou, ainda, sobre a mudança para Maceió ter transformado a vida da família. “Foi uma coisa divina mesmo, a gente estava bem na cidade onde a gente morava com muitos sonhos, mas quando Elisa faleceu, tudo desmoronou. Eu fiquei com depressão. E aí meu marido recebeu um convite para participar de uma seleção de emprego aqui e deu certo. Aí ele falou: E agora? Respondi: vamos embora, vida nova, eu quero recomeçar”, revelou Elizabeth.
“Isso é só o começo”
Para a professora do CMEI-RP, é de extrema importância que o poder público ofereça a oportunidade a essas crianças de se desenvolverem dentro de uma unidade educacional. "Colocar uma criança na creche, mesmo que os pais fiquem com o coração na mão, porque ela chora muito no início, é a melhor coisa para ela, para o desenvolvimento dela, para o desfralde”, explicou.
Elizabeth do Carmo falou também que acredita no projeto Gigantinhos e destacou a importância dessa parceria com Organizações da Sociedade Civil. Minha expectativa é positiva. Isso é só o começo. Grandes coisas vão acontecer. Quando eu comecei na minha área profissional, também foi assim, com um projeto como esse”, afirmou.
“O desenvolvimento aparece lá na frente quando essas crianças partirem para o primeiro, segundo ano do Ensino Fundamental. Serão crianças mais desenvolvidas porque tudo começa na primeira infância. Se ela não tem esse começo, esse pilar, lá na frente ficará mais difícil, mas se ela tem, as suas futuras professoras e a sociedade irão agradecer”, concluiu.
Gigantinhos
Além do CMEI-RP Professora Cleide Gomes Cordeiro da Silva, que tem capacidade para atender até 120 crianças, outras duas creches também já iniciaram as atividades nesta semana: o CMEI-RP Professora Maria Elizabete dos Santos, no bairro Santos Dumont, e o CMEI-RP Professora Zaira Nascimento de Oliveira, na Chã da Jaqueira.
Com a abertura dessas três unidades Gigantinhos, quase duas mil crianças, que estavam fora da sala de aula, agora terão educação de qualidade e em tempo integral. As crianças fazem as seis refeições diárias com café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde, janta e ceia.
Inicialmente, 4.300 vagas de creche e pré-escola foram assim distribuídas: 1.350 no CMEI/RP Antares; 1.200 no CMEI/RP Santos Dumont; 680 no CMEI/RP Chã da Jaqueira; 500 no CNEC Poço; 450 no Tabuleiro do Martins; e 120 na Ponta da Terra.
Até o final de 2024, por meio do Programa Gigantinhos, a Prefeitura de Maceió vai oferecer mais 10 mil novas vagas em creches, todas em regime de tempo integral.
Mais lidas
-
1Apenas 15 anos
Corpo do filho do cantor J Neto é encontrado na cozinha
-
2Acidente
Vídeo: ônibus escolar cai em trecho da Serra da Barriga, em União dos Palmares; 17 pessoas morrem
-
3Confira
Consciência Negra: veja o que abre e fecha em Alagoas nesta quarta-feira (20)
-
4Certame
Concurso público da Prefeitura de Rio Largo acontece neste domingo (24) com mais de 36 mil inscritos
-
5Marechal Deodoro
Ausência do superintendente da Codevasf gera indignação em reunião sobre projetos envolvendo mel e própolis vermelha