O estado de Alagoas foi o escolhido para representar a região Nordeste no teste cognitivo para a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) 2024, que foi encerrado na última quinta-feira (7). Nessa primeira etapa, foram visitadas 5 escolas, 5 turmas, num total de 135 alunos ouvidos ao redor de todo o estado. No Brasil, as outras regiões foram representadas pelos estados de AC, GO, RJ e SC.

O teste cognitivo é uma etapa preliminar, realizada antes da pesquisa ir a campo, e que visa avaliar a efetividade do questionário, bem como identificar possíveis ajustes (por exemplo, de nomenclatura) que devam ser realizados antes da aplicação definitiva da pesquisa.

A PeNSE é uma pesquisa amostral realizada pelo IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde, com apoio do Ministério da Educação. Ela é a única pesquisa do instituto que tem questionário autoaplicado: ou seja, os próprios alunos respondem as perguntas individualmente, de modo anônimo, na própria sala de aula, através do DMC (dispositivo móvel de coleta, semelhante a um smartphone). Também há questionário especial para o diretor ou responsável pedagógico da escola.

Os dados coletados pela PeNSE servem para monitorar os fatores de risco para as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT) – tais como diabetes mellitus, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias – como também trazem informações úteis para elaboração de políticas públicas, como o Programa Saúde na Escola (PSE).

A pesquisa também coleta outros dados do ambiente escolar. Na última edição, em 2019, um dos fatores avaliados foi se os alunos sofreram bullying, por exemplo.

Teste cognitivo em Alagoas: amostra buscou retratar a diversidade do estado

Para testar a efetividade da pesquisa em AL, a coordenação estadual, representada pela servidora Carla Rodrigues, se preocupou em abarcar o máximo de realidades distintas possíveis. Assim, foram visitadas escolas na zona urbana, rural, e junto a povos e comunidades tradicionais (PCTs).

“Buscamos retratar a diversidade do estado, durante esse teste cognitivo. A amostra de Alagoas vai ser bem rica”, afirmou Carla Rodrigues.

As escolas visitadas durante o teste cognitivo estavam nos municípios de Água Branca, Santana do Ipanema, Penedo, União dos Palmares e Maceió. Cada uma dessas instituições foi escolhida com o objetivo de traçar um panorama amplo de Alagoas, que retratasse e abarcasse as múltiplas regiões geográficas e realidades socioeconômicas do estado.

A amostra colhida contemplou crianças e adolescentes do sertão, agreste, zona rural, quilombolas, ribeirinhas, e alunos de zonas mais urbanas. O esforço buscou trazer um retrato fiel e múltiplo dos estudantes de Alagoas.

A coordenação nacional da pesquisa também esteve presente durante o teste cognitivo em Alagoas. Durante a etapa, foram avaliados o tempo de resposta do questionário, compreensão e adequação das perguntas, e entendimento da nomenclatura. O teste cognitivo também serve como uma sensibilização inicial das escolas.

Expectativa para 2024

“Para conseguir o sucesso da pesquisa é essencial a colaboração das escolas”, ressalta Marco Andreazzi, coordenador nacional da PeNSE, durante o encerramento do teste cognitivo em AL.

A cooperação junto às instituições de ensino públicas e privadas é essencial para o bom desempenho da pesquisa. Isso porque a aplicação dos questionários demanda a sensibilização dos gestores e estudantes, bem como requer o uso de tempo de aula, já que a pesquisa é feita dentro da própria escola.

A PeNSE tem previsão de coleta para o primeiro semestre de 2024, com início em março. No estado, o esperado é que sejam ouvidos 6.700 alunos, do 7º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio, em 161 escolas.

Além do questionário geral, 22 escolas participarão da subamostra de antropometria, que coleta os dados de peso e altura dos alunos, para fins de saúde.

As respostas e dados coletados pela PeNSE são completamente anônimos e servem apenas para fins estatísticos. Nenhum aluno ou diretor terá sua identidade revelada.