Educação

Reunião na Adufal coloca em pauta possíveis denúncias contra professores

"Vamos procurar ações jurídicas que possam dar proteção aos professores contra esse tipo de denuncismo”, disse presidente

Por Autor: Rívison Batista 30/10/2018 22h25
Reunião na Adufal coloca em pauta possíveis denúncias contra professores
Reprodução - Foto: Assessoria
Uma reunião na Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (Adufal), no bairro do Farol, em Maceió, reuniu diversas lideranças sindicais, estudantes e representantes de movimentos no final da tarde desta terça-feira (30). De acordo com o presidente da Adufal, Jailton Lira, a reunião aconteceu “em defesa da democracia e pelos direitos sociais”. “O encontro foi convocado em razão da conjuntura política, eleitoral e econômica que a gente passou a vivenciar principalmente depois do resultado das eleições no último domingo. Discutimos as pautas que o governo eleito apresentou para os próximos meses”, afirmou o presidente da associação à reportagem. Entre as pautas discutidas durante a reunião, destacaram-se a reforma da previdência, a lei da escola sem partido, a ação nas universidades, o ataque à autonomia docente e a criminalização dos movimentos sociais. “Tivemos, na reunião desta terça-feira, 200 ou mais pessoas. Tem integrantes de sindicatos de várias categorias profissionais, tem estudantes e tem representantes de movimentos sociais”, afirmou Jailton. Engano da PM Durante a reunião, uma viatura da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) apareceu nas proximidades da Adufal e chamou a atenção dos participantes. Jailton conta que foi até os policiais e perguntou se estava acontecendo algo errado pelas adjacências da Adufal. “Os policiais foram muito receptivos e disseram que estavam ali porque foram comunicados de que haveria um ato público pelas vias do bairro [e não uma reunião] e que foram lá para fazer o procedimento de rotina da PM, que é acompanhar um ato durante o percurso e organizar o trânsito”, disse o presidente. Educação em pauta “Mais cedo, tivemos uma reunião com outros sindicatos da área de educação sobre como fica essa área em 2019. A gente começou a traçar ações para questões específicas que tenham a ver com educação. Começamos a nos organizar para responder a essas medidas que vêm sendo tomadas por algumas pessoas e por uma deputada em particular de Santa Catarina [Ana Caroline Campagnolo] que estimulam a denúncia da prática docente dos profissionais. Isso é uma questão que nos preocupa de imediato, pois essa questão vai se proliferar mais ainda. Já tivemos aqui em Alagoas o exemplo da escola sem partido”, afirmou Jailton. O presidente da Adufal lembra que, no próximo mês, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará a constitucionalidade da 'escola sem partido'. “Só para lembrar, quando essa lei foi criada aqui em Alagoas, o governador vetou, mas a Assembleia Legislativa sancionou assim mesmo”, disse. Jailton Lira afirma que o caso é preocupante, pois “não querem aceitar a autonomia didático-pedagógica que está na Constituição”. “Estão tratando os professores como doutrinadores, quando, na verdade, a maior doutrinação que existe é a da lei da escola sem partido e a das igrejas evangélicas, que ficou claro nessas últimas eleições. É hipocrisia. Parece que estamos na época medieval, estamos regredindo”, disse. O presidente da Adufal afirma que a ideia, no momento, é procurar os reitores das universidades, o Ministério Público, o Governo do Estado e a Secretaria de Educação para que ajudem a coibir esse tipo de prática no espaço educativo. “Também vamos procurar ações jurídicas que possam dar proteção aos professores contra esse tipo de denuncismo”, disse Jailton Lira.