Educação

Mercado de estágio apresenta tendência de recuperação em 2017

O balanço do primeiro semestre revelou alta na oferta de vagas e as áreas que estão em ascensão nesse período

31/07/2017 10h06
Mercado de estágio apresenta tendência de recuperação em 2017
Reprodução - Foto: Assessoria

Os programas de estágio, embora também tenham sofrido os efeitos da crise, já apresentam sinais de melhora. Números demonstram que, mesmo em meio aos percalços da economia brasileira, a oferta de vagas de estágio subiu e tende a se elevar até o final do ano. De acordo com especialistas do setor, isso representa um cenário de reestabelecimento dessa modalidade, já que boa parte das contratações não se deve apenas à entressafra (período no qual muitos contratos vigentes se encerram e cresce a demanda para repor o quadro de estagiários), mas sim às novas vagas abertas. Portanto, o momento se torna mais oportuno para os estudantes que voltando das férias de Julho encontrarão mais vagas disponíveis.

Cresce número de oportunidades para estudantes

Os jovens, especialmente a faixa etária que vai até 24 anos, foram os mais afetados pela crise do emprego. Muitos, em busca da primeira experiência profissional, ficaram à margem do mercado de trabalho, no entanto, para aqueles que ainda frequentam as salas de aula, o cenário começou a mudar já no final do ano passado. É o que indica números da Companhia de Estágios, consultoria e assessoria especializada em programas de estágio e trainee. Dados da recrutadora apontam um crescimento expressivo no número de vagas ofertadas no segundo semestre de 2016. O segundo semestre tradicionalmente apresenta mais vagas comparado ao primeiro semestre, está aberta, portanto a temporada dos Programas de Estágio.

Cenário positivo eleva expectativas

Segundo Mavichian, desde o início da crise, em 2013, o total de vagas vinha caindo gradativamente e atingiu o declínio mais acentuado nos seis primeiros meses de 2016. Contudo, essa não é a única razão para o bom desempenho registrado pela recrutadora: para o especialista, essa virada demonstra que as empresas estão reagindo e voltando a contratar.

Dados da Companhia de Estágios apontam que já no primeiro semestre de 2017, o número de vagas ofertadas foi 30,7% maior em comparação com o mesmo período do ano passado, reafirmando a tendência favorável. “E se a expectativa de crescimento de 5% para o segundo período for confirmada, o ano fechará com um aumento real de 2,4% no número de vagas em relação a 2016. Primeiro balanço positivo desde o início da crise”- acrescenta Mavichian. Isso porque, historicamente, é no segundo semestre que as empresas costumam anunciar mais postos.

Carreiras promissoras

O balanço também revelou quais áreas mais promissoras quando o assunto é estágio. Mesmo em meio à crise, o setor de Tecnologia da Informação (TI) vem crescendo e gerando mais oportunidades. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) essa área de atuação fechou o último ano com um saldo positivo de 1,2 mil empregos, enquanto diversos outros setores reduziram as operações e cortaram vagas. Nos programas de aprendizagem esse cenário não é muito diferente, de acordo com Mavichian, em 2016, a área de TI também aumentou as contratações de estagiários: "Em comparação com o mesmo período do ano passado, o número de vagas para os estudantes de TI mais que dobrou nesse primeiro semestre de 2017". O especialista explica que isso se deve ao fato de que o mercado sempre demanda de novas soluções e recursos tecnológicos para o aprimoramento das rotinas corporativas, especialmente diante da crise: "A recessão fez com que as empresas buscassem ainda mais formas de racionalizar e aumentar a eficiência dos processos para reduzir os custos, o que impulsionou o ramo de TI".

No saldo de vagas gerado até junho desse ano, a área de Administração ainda se manteve em primeiro lugar entre as contratantes, no entanto, seu crescimento foi de 13%, que, apesar de positivo, diante do cenário atual, é um número relativamente baixo se comparado a outras áreas em ascensão como Marketing e Comunicação, que aumentou suas vagas em 120% e Ciências Contábeis que cresceu 90%. Engenharia e Direito, que antes figuravam no topo das áreas com mais oportunidades para os estudantes, terminaram o primeiro semestre com uma queda de cerca de, respectivamente 36% e 26% no total de oportunidades.

Modalidade mais atrativa

Mesmo com as perdas, o estágio tem sido indiscutivelmente, a principal alternativa dos jovens diante do encolhimento das vagas formais. Desde o início da crise, a recrutadora tem registrado um aumento progressivo no número de candidatos nos processos seletivos: somente no último semestre de 2016 foram mais de 100 mil inscritos – número recorde. Tal aumento pode ser explicado, principalmente pela estagnação do mercado celetista. Dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que a taxa de desemprego no país se mantém em 13,3%, indicando que o mercado formal está em fase de estabilização. Segundo especialistas do setor, na melhor das hipóteses, a recuperação só deve ocorrer a partir do ano que vem.

“Esse cenário favorece ainda mais o mercado de estágios, tanto para o jovem, quanto para o empresário, afinal, as empresas precisam buscar alternativas para seguir investindo em recursos humanos e é justamente no estágio que encontram a possibilidade de treinar colaboradores e desenvolver planos de carreira a custos reduzidos. Já o jovem, tem a oportunidade de adquirir experiência e desenvolver sua carreira profissional, concorrendo a vagas adequadas para o seu perfil” – explica Mavichian.

Fonte: Companhia de Estágios | PPM Human Resources