Educação
Ufal inicia ano de 2017 sem dívidas acumuladas
Gestão afirma que débitos de 2016, incluindo restos a pagar de 2015, foram quitados dentro do exercício financeiro
Nos últimos dois anos, a grande preocupação dos gestores públicos é conseguir arcar com as despesas e manter o funcionamento dos serviços com um orçamento cada vez mais reduzido. A situação não é diferente na Universidade Federal de Alagoas, mas, segundo o pró-reitor de Gestão Institucional (Proginst), Flávio Domingos, uma administração racional e eficiente no uso dos recursos públicos fez com que a Instituição fechasse o ano de 2016 com todas as dívidas pagas, incluindo os restos a pagar do ano anterior.
“Foram feitas revisões contratuais e negociações com empresas que geraram reduções de valores. Os eventos, a exemplo do Caiite, foram realizados em um formato mais enxuto. A gestão central da Ufal tomou a necessária e importante decisão de reduzir os investimentos no primeiro ano para quitar as dívidas de 2016 e as herdadas do ano anterior”, explicou Flávio Domingos, ao citar as medidas tomadas pela equipe de servidores e dirigentes, liderada pela reitora Valéria Correia, para conseguir iniciar o ano de 2017 sem dívidas acumuladas.
Segundo o pró-reitor, o valor total de custeio pago pela Universidade em 2016 foi de R$ 123,570 milhões, já com o débito de R$ 11,158 milhões de 2015. Foram recursos utilizados para pagar contas básicas e essenciais para o funcionamento da Ufal, tais como energia, serviços de segurança e limpeza.
“Temos a satisfação de informar à comunidade universitária que os esforços da gestão eficiente da Ufal, com as medidas de contenção de despesas, rigor no acompanhamento dos serviços prestados pelas empresas, entre outras decisões, resultou na extinção da dívida da Universidade. O que nos coloca em uma melhor situação para enfrentar os contingenciamentos previstos para 2017”, afirmou a reitora.
“É um fato para se comemorar. Parabenizamos toda equipe de servidores da Universidade que cooperou e entendeu que as reduções e adiamentos momentâneos foram necessários para reordenar a operacionalização dos serviços”, destacou Domingos.
Em um momento no qual muitos gestores apontam o acúmulo de dívidas como grandes empecilhos para as novas administrações, o pró-reitor ressalta a importância do diálogo e da transparência. “É preciso conversar, mostrar e trabalhar com a realidade do orçamento, entendendo os limites para que se possa realizar uma gestão eficiente”, defendeu.
Sobre o resultado positivo obtido pela administração da Ufal ao conseguir quitar todas as contas de 2016, ele fala que a principal medida foi manter o “pé no chão”. “Tivemos uma capacidade de execução orçamentária muito satisfatória. Do total do orçamento, executamos 98,5%, com uma devolução mínima de recursos que ocorreu por conta de restrições impostas pelo próprio Governo Federal”, assinala. “Não criamos novas dívidas, pelo contrário, reduzimos. Tivemos critério na execução e no uso dos recursos, ou seja, princípios que norteiam uma boa gestão. E tudo isso foi possível pelo forte empenho de todos os servidores da Universidade”, ressaltou ao apontar que a manutenção do repasse dos recursos ao longo do ano também contribuiu para controlar as contas.
O economista e coordenador substituto de Programação Orçamentária (CPO) da Ufal, Emílio dos Santos, reforçou a importância de iniciar um novo ano sem o acúmulo de dívidas. “A administração da Ufal escolheu não jogar os débitos para os anos seguintes e quitar totalmente dentro do exercício financeiro. Honrou a dívida e promoveu um dos maiores índices de execução orçamentária da instituição. O pagamento de todos os contratos e as bolsas pagas aos estudantes estão em dia”, afirmou Santos. “Isso representa a garantia de manutenção dos serviços da Universidade, o cumprimento do planejado, das ações de pesquisa, ensino e extensão”, pontuou.
Ao falar sobre o momento de dificuldade pelo qual passa o país, o economista argumenta sobre a necessidade “de olhar diferente para as realidades com as quais já estávamos acostumados”. “Precisamos nos tornar mais eficientes, fazer escolhas corretas de onde alocar os recursos. Agir com responsabilidade e transparência no uso do dinheiro público, além de dialogar e mostrar as dificuldades, assim como fez o pró-reitor Flávio ao apresentar a realidade do orçamento para toda comunidade da Ufal”, relatou.
Investimentos realizados em 2016
Segundo o gestor da Proginst, em 2016, houve queda no repasse de capital, que são os recursos destinados para investimentos. No acumulado do ano passado, foram investidos R$ 16,75 milhões em obras e equipamentos.
Apesar do corte, afirma o pró-reitor, nenhuma obra da Ufal foi paralisada por questões orçamentárias. “As paralisações que ocorreram foram por conta de situações exclusivas da empresa. Orçamentariamente, não houve prejuízo para as obras em andamento na Universidade”.
Além de garantir a continuidade das obras no ano passado, a administração da Universidade também fez aquisição de 500 computadores que serão entregues ao longo de 2017.
Orçamento de 2017
Domingos alerta que a situação na Ufal ainda é de arrocho orçamentário. “Em relação a 2016, já foi registrado um corte nas verbas de custeio e capital e as perspectivas para os três primeiros meses deste ano são bastante negativas. Quanto ao restante do ano, ainda está bem incerto e torcemos para que o cenário orçamentário melhore”, afirma Domingos.
“Continuaremos a priorizar uma gestão eficiente. As obras em andamento na Universidade já estão em ritmo adiantado e os esforços serão voltados para adquirir os equipamentos e mobiliários”, diz ele ao reforçar que “iniciar um novo ano sem dívida já tem uma implicação muito importante” finalizou.
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