Economia
Alagoas realiza etapa estadual da Conferência Nacional do Trabalho
Evento reuniu trabalhadores, empregadores e governo para discutir os desafios do mundo do trabalho e formular propostas que serão levadas à etapa nacional, em 2026
A etapa Alagoas da II Conferência Nacional do Trabalho (CNT) foi realizada nesta terça-feira (21), na Casa da Indústria Napoleão Barbosa, em Maceió. O evento reuniu representantes de trabalhadores, empregadores e governo para debater os desafios e as transformações do mundo do trabalho, além de formular propostas que serão apresentadas na etapa nacional, prevista para março de 2026, em São Paulo.
Coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a II CNT é um espaço tripartite, paritário e democrático, voltado à construção de diretrizes para a promoção do trabalho decente no Brasil. De acordo com o Diagnóstico do Trabalho Decente em Alagoas, o estado tem registrado avanços significativos nos últimos anos. A taxa de desocupação caiu de 14,9% em 2019 para 7,5% em 2025, enquanto o número de vínculos formais superou 620 mil. O rendimento médio real dos trabalhadores atingiu R$ 2.530 - o equivalente a 1,7 salário-mínimo - e mais de 54% dos ocupados passaram a contribuir para a Previdência Social.
Representando a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (FIEA), o vice-presidente Carlos Paiva, destacou a importância do diálogo como base para o desenvolvimento. “Iniciativas como esta promovem o diálogo, que é a essência de qualquer atividade econômica. Nada acontece sem o diálogo”, afirmou. Ele ressaltou ainda que o presidente da FIEA, José Carlos Lyra de Andrade, tem incentivado esse espírito de abertura e união. “A Casa da Indústria está sempre aberta para o debate sobre o desenvolvimento econômico e social de Alagoas. A união faz acontecer”, relatou.
Durante a abertura do evento, o superintendente regional do Trabalho em Alagoas, Cícero Filho, celebrou o caráter histórico da conferência, a primeira realizada no estado. “É uma construção por muitas mãos”, disse. Para ele, o evento representa uma oportunidade de consolidar conquistas e fortalecer o diálogo social. “Alagoas vem mostrando avanços importantes na formalização, na geração de emprego e na melhoria das condições de trabalho. A Conferência é um espaço essencial para transformar esses resultados em propostas que contribuam para um mercado de trabalho mais justo, seguro e inclusivo”.
O secretário de Proteção ao Trabalhador do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Carlos Augusto Simões Gonçalves Junior, ressaltou que a Conferência é um momento importante para pensar soluções coletivas diante das mudanças no mundo do trabalho. Segundo ele, o momento atual é marcado por três grandes convergências: “a transformação climática, que afeta a vida de todos; a agenda tecnológica; e a valorização das políticas públicas de proteção ao trabalhador, como o FGTS e o FAT”.
Já o oficial de Projetos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Erik Ferraz, chamou atenção para os desafios relacionados à inclusão produtiva de jovens de 18 a 29 anos, especialmente, diante da evasão escolar e do aumento da violência. Ele também destacou a necessidade de avançar na igualdade de gênero no mercado de trabalho. “Apesar de as mulheres alagoanas terem renda média acima da nacional, elas ainda ocupam apenas 35% dos cargos de chefia. É preciso traduzir o crescimento econômico em mais empregos de qualidade”, afirmou.
Autoridades presentes
Também formaram a mesa de honra a secretária de Estado do Trabalho, Emprego e Qualificação, Cláudia Balbino; o vice-presidente e corregedor do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT/AL), desembargador Marcelo Vieira; a procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho em Alagoas, Adir de Abreu; a corregedora-adjunta do Processo Disciplinar do Conselho Federal da OAB, Juliana Marques Modesto Leahy; o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Alagoas, Luciano Santos; e o vice-presidente financeiro da Fecomércio AL, Adeildo Sotero.
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