Em abril deste ano, a estatal chinesa Baiyin Nonferrous comprou a Mineração Vale Verde (MVV), localizada no município de Craíbas, no Agreste de Alagoas e distante 154 km de Maceió.

A mina Serrote da Laje foi adquirida por US$ 420 milhões, cerca de R$ 2,3 bilhões de reais. Com lavra a céu aberto, a mina tem reservas estimadas em 52,7 milhões de toneladas de minério de cobre, mas esse número pode aumentar significativamente nos próximos anos, de acordo com novas pesquisas na região.
A empresa trabalha em um projeto visando a expansão das reservas da mina, que estava com vida útil prevista para 14 anos. Agora, com a aquisição do grupo chinês Baiyin Nonferrous, a estimativa é de que seja ampliada a extração do minério para 20 anos.

Desde então, a estatal chinesa já enviou, desde maio deste ano, 18 carregamentos de minério ao país asiático. Além do cobre, os lotes incluíram ouro e prata.
No ano passado, a MVV produziu 8,2 mil onças equivalentes de ouro e gerou cerca de 1,1 mil empregos diretos. A compra marcou a estreia do grupo chinês no Brasil. A Baiyin Nonferrous já atua no Peru e na África do Sul.

Novos negócios

Com a mineração, Alagoas virou um polo exportador. Desde 2021, a atividade mineradora movimentou 300 mil toneladas de concentrado e respondeu por 28,2% das exportações do estado. Os envios seguem para China, Finlândia, Índia e Polônia.

Segundo apurou a Tribuna, a Baiyin Nonferrous busca novos caminhos no subsolo brasileiro. No setor é voz corrente que os chineses estão garimpando ativos em níquel no país, em outros estados do Norte e Nordeste, mais precisamente no Pará e no Piauí.

A empresa teria reservado cerca de US$ 3 bilhões para investir no Brasil. Parte desses recursos já saiu do caixa no cheque de US$ 420 milhões de dólares para a aquisição da Mineração Vale Verde, com o Projeto de extração de cobre da mina Serrote da Laje, na área rural de Craíbas.

A Baiyin já anunciou também o desembolso de aproximadamente US$ 500 milhões para duplicar a capacidade de produção na reserva alagoana e viabilizar a exploração de jazidas satélites, caso do projeto Caboclo, em Igaci.

Existe a expectativa de lavra a céu aberto de minério sulfetado de cobre, a ser transportado até a Mina Serrote para beneficiamento.

De acordo com publicação recente, no site da Agência Nacional de Mineração (ANM), existe ainda forte tendência de valorização, por meio de uma expansão potencial para recursos medidos e indicados de 108,85 Mt (milhões de toneladas) na própria mina Serrote e também de depósitos satélites potenciais próximos.