Considerado um dos dias mais aguardados do ano por lojistas e consumidores, a Black Friday não foi bem vista por muitos clientes e vendedores, em Maceió. A famosa promoção ‘metade do dobro’ – prática considerada propaganda enganosa – foi relatada por muitos consumidores que compareceram no Centro da capital em busca de produtos em promoção.

O casal Clarice e Eduardo Antônio disse que não comprou nenhum item na data, por não encontrar promoções reais. “Eles aumentam o preço antes. Tem aquela jogada de marketing. Aí acabamos não comprando nada”, disse Eduardo Antônio.

Assim como o casal, a atendente Deniuza Silvino também não adquiriu nada na Black Friday e revelou não acreditar nos descontos. “Não comprei nada porque não acredito em Black Friday aqui em Maceió. Gostaria muito que encontrássemos descontos de verdade, mas é só ilusão”, afirmou.

A empresária Cintia Carolina também faz parte do grupo de consumidores que aguardou a data, mas se decepcionou com as promoções. “Eu estava querendo comprar um ar condicionado e estava pesquisando há mais de mês. Esperei a Black Friday e aumentaram o preço para depois baixar para o preço que era. Acabei não comprando”, contou.

Segundo a presidente da Aliança Comercial de Maceió, Andreia Geraldo, a data sempre é aguardada com muita expectativa, mas não foi como o setor de varejo esperava e acredita que a Copa tenha contribuído negativamente.

“Esse ano, acreditávamos muito que haveria uma grande diferença em relação aos outros anos devido a Copa, porque imaginávamos que seria um entusiasmo a mais nas pessoas. Só que, o que imaginávamos que poderia contribuir positivamente, para acontecer vendas superiores, ocorreu de forma contrária”, afirmou Andreia Geraldo.

Falta de promoções reais é o motivo do baixo desempenho, avalia economista

Apesar de ainda não existirem dados oficiais sobre a data deste ano, a presidente da Aliança Comercial de Maceió disse que a data não superou as vendas de anos anteriores. “Não foi como imaginávamos, mesmo sendo um mês bastante positivo. Mas a Black Friday continua sendo muito importante, mesmo não tendo superado anos anteriores. A data fez uma grande diferença na movimentação do comércio como um todo”, contou.

Para o economista Diego Farias, a Copa do Mundo não prejudica as vendas do comércio. “A Copa do Mundo não tira a atenção do consumidor. Pelo contrário, ela ajuda nas compras de televisores nas lojas varejistas. A inflação dos itens essenciais, atrelada à mudança de preço dos combustíveis nos últimos 30 dias, acendeu o alerta na hora das compras este ano, bem como a incerteza política para 2023”, afirmou.

De acordo com o economista, o principal motivo para o resultado da data neste ano não ter sido como o esperado foi a falta de promoções reais. “Desdenovembro as empresas já anunciaram o mês de promoção. Sem falar que ainda estamos com os juros altos e ainda parte da renda das famílias comprometida com dívidas. Isso ocasionou essa queda inédita nas vendas da Black Friday. Pode também se falar das incertezas no ambiente macroeconômico, como a indefinição em relação à manutenção do auxílio de R$ 600 a partir do ano que vem”, disse Farias.