Economia

Procompi incentiva e 73% das empresas inovam e passam a oferecer novos produtos

Programa da CNI e do Sebrae está na quinta edição e atende 2,2 mil micro e pequenas indústrias em todo o país

Por com Assessoria com Redação 14/08/2019 11h46
Procompi incentiva e 73% das empresas inovam e passam a oferecer novos produtos
Reprodução - Foto: Assessoria
O balanço parcial da 5ª edição do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi) mostra que 7 em cada 10 empresas (73%) das empresas atendidas afirmam ter implementado novos processos, ofertado novos produtos ou serviços ou aperfeiçoado os que já possuem por meios das ações do programa. Empresas beneficiadas em Alagoas Aqui no estado a atual edição do Procompi investe R$ 1,3 milhão no desenvolvimento de seis projetos, totalizando 104 empresa beneficiadas. A média de investimento é de R# 12,9 mil por empresa. Esses projetos são desenvolvidos por meio de uma aprceria entre a Federação das Indústrias do Estado de Alagoas (Fiea) e o Sebrae Alagoas. Um dos beneficiados é o sócio proprietário da Coach Camisaria & Uniformes Luiz Carlos Silva. Em conversa com a equipe da Tribuna Independente, o empresário falou sobre a importância do Procompi no crescimento da empresa. “O Procompi nos ajudou a melhorar toda a organização da empresa. Ele nos trouxe a possibilidade de enxergar o que já estava correto e o que demandava mudança. Os meus colaboradores também ganharam uma visão melhor sobre a organização da empresa”, afirmou Luiz Carlos. [caption id="attachment_320538" align="aligncenter" width="600"] Sócio proprietário da Coach Camisaria & Uniformes Luiz Carlos Silva (Foto: Sandro Lima)[/caption] O empresário aponta ainda a pontualidade e a qualidade do trabalho de sua equipe como uma das características mais importantes para o crescimento da camisaria. A empresa atua em Maceió há 25 anos e conta com 12 funcionários atualmente. Luiz Carlos entrou no programa em 2018 e recebeu consultorias com o objetivo de padronizar seus processos e melhorar seu fluxo de produção. As mudanças incluíram adequação do próprio layout da produção, com um remanejo físico do chão de fábrica; O processo produtivo foi redesenhado desde a etapa de recebimento de pedidos até a entrega. Outra empresa beneficiada em Alagoas é o ateliê de bijuterias de Lúcia Bastos, que nasceu de uma vocação natural. Aos 21 anos de idade, a alagoana começou a produzir brincos e colares em casa e, de forma despretensiosa, passou a vender as peças para amigos e conhecidos. O ano era 2007 e Lúcia era estudante de medicina veterinária. A nova descoberta não apenas a fez mudar de planos como moldou toda a sua vida desde então. Hoje, aos 32 anos de idade, Lúcia é formada em administração e tem uma pequena fábrica em Maceió com produção reconhecida de brincos, anéis, colares e, mais recentemente, sandálias. Com formação técnica em design de joias e capacitação em ilustração em aquarela, Lucia é responsável por todo o desenho das peças de seu ateliê. A partir deles, sua equipe de 30 funcionários trabalha na produção, no controle de qualidade e nas vendas das bijuterias. O valor das peças vai de R$ 79,90 até perto de R$ 900 – este último valor corresponde a uma peça exclusiva com pedras swarovski. “Procurei o Procompi para alavancar os negócios” Com o desejo de melhorar a qualidade de sua produção e alavancar seu negócio, o ateliê Lúcia Bastos é um dos participantes do atual ciclo do Procompi em Alagoas. O programa, uma parceria da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o Sebrae, capacita empresas industriais de pequeno porte para que elas elevem a produtividade e a eficiência de seus negócios. [caption id="attachment_320541" align="aligncenter" width="640"] Ateliê Lúcia Bastos é um dos participantes do atual ciclo do Procompi em Alagoas (Foto: Assessoria)[/caption] Até agora, Lúcia já realizou os cursos de design thinking, desenvolvimento de coleções e de formação de preços. O próximo é o de lean manufacturing, conhecido como manufatura enxuta, técnica que busca contribuir para a redução no tempo de produção das peças e no desperdício de materiais. “As capacitações são valiosas e se refletem no aumento de nossa produtividade como um todo”, afirma a empresária. Ela ressalta que, por meio do contato com outros empresários do setor, reduziu significativamente a perda de peças usadas na produção. “Eu perdia muitas peças que ficavam sujas de cola. Com a experiência dos outros empresários, aprendi a como limpá-las e simplesmente não as perco mais”, afirma. Depois do Procompi, Lúcia pretende reestruturar toda a sua produção e partir para o modelo de franquia. “Eu já faço um teste desse modelo com um quiosque que abri no Parque Shopping Maceió. Minha ideia é concentrar o desenho e a produção das bijuterias aqui para que elas possam ser vendidas nas franquias”, concluiu. [caption id="attachment_320540" align="aligncenter" width="640"] Hoje, aos 32 anos de idade, Lúcia é formada em administração e tem uma pequena fábrica em Maceió com produção reconhecida de brincos, anéis, colares e, mais recentemente, sandálias (Foto: Assessoria)[/caption] Os números do balanço Esta edição do programa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) começou em junho de 2016 e segue até 2020. O objetivo é fortalecer micro e pequenas indústrias em todo o Brasil. Ao totó, o atual ciclo do programa beneficia 2.277 empresas por meio de 117 projetos. Essas empresas representam 19 segmentos industriais e estão distribuídas entre 22 estados brasileiros. Até agora, 927 empresas concluíram os projetos e responderam ao balanço parcial. O balanço mostra que 677 empresas implementaram ações de inovação ao longo do programa. Outras 535, de meio ambiente. Dentro do conjunto de empresas, 144 participaram de ações voltadas especificamente para a redução de seu custo de produção e o resultado também foi positivo: com redução média de 34% nesse custo. Os dados serão apresentados durante o 4º Encontro Nacional de Gestores do Procompi, que será realizado nos dias 15 e 16 de agosto em Maceió. Durante o evento, gestores do programa vão apresentar resultados, discutir melhorias e os próximos passos do convênio. O gerente-executivo de Política Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves, afirma que o diferencial do Procompi é atender a demandas personalizadas das empresas, com o objetivo de ampliar sua competitividade. O gerente-executivo ressalta que, no atual cenário econômico, as micro e pequenas indústrias que participam do Procompi estarão preparadas para aproveitar as oportunidades que serão abertas com a retomada do crescimento econômico. “Durante o encontro de gestores, vamos discutir tendências do setor das micro e pequenas indústrias e do mercado para que a próxima edição do programa contribua para o crescimento desse segmento”, afirma o diretor-executivo. Indústria têxtil e joalherias Em termos de produtividades, o conjunto de empresas atendidas pelo projeto na área têxtil relatou um crescimento de 41,67%. Em termos de resultados qualitativos, percebeu-se a criação de uma cultura em torno da segurança do trabalho, o que promoveu benefícios dentro e fora das empresas. Segundo Francisco Acioli, presidente do Sindicato das Indústrias do vestuário, da Confecção de Roupas Íntimas e da Fabricação e Bijuterias e de Joalheria de Alagoas (Sindvest), o impacto atinge não apenas a capital, mas também o interior do estado. Ele explica que as empresas que participam do projeto aumentam o seu faturamento entre 10% e 15% e ampliam sua carteira de clientes. “O associado mudou sua visão de negócios. Vemos isso em Maceió, em Palmeira dos Índios, em Murici. É uma transformação da mentalidade empresarial, com valorização profissional, humanização das equipes. Os negócios estão ganhando espaço fora de Alagoas também, já que hoje algumas dessas empresas faem negócios com Pernambuco, por exemplo”, contou Acioli. Patrícia Ferreia, gestora do Procompi na Fiea, explica que as industrias são visitadas e sensibilizadas a participar do projeto. “Nós escolhemos o setor que será trabalhado e encaminhamos à CNI. A partir daí os sindicatos fazem um levantamento de todas as indústrias do estado que serão visitadas e sensibilizadas a participar do projeto”, explica. Sobre o Procompi Criado em 2000, o Procompi busca elevar a competitividade das empresas industriais de menor porte, por meio de estímulo à cooperação entre as empresas, à organização do setor e ao desenvolvimento empresarial e territorial. Por meio de projetos submetidos por federações estaduais de indústrias e unidades do Sebrae, grupos de empresas de pequeno porte do mesmo setor recebem capacitação e consultoria para alavancar a produtividade e eficiência dos negócios. Desde a sua criação, o Procompi já investiu 109 milhões em 472 projetos. Foram atendidas mais de 8 mil empresas em todo o Brasil.