Economia

Combustíveis: consumidor não sente queda no preço

Valores baixaram nas refinarias, mas nos postos da capital nada mudou; mesmo sem alternativa, consumidores esperam melhoras

Por Daniele Soares com Tribuna Independente 07/06/2019 08h20
Combustíveis: consumidor não sente queda no preço
Reprodução - Foto: Assessoria
A Petrobras reduziu o preço médio de combustíveis nas refinarias, mas a redução não impactou valor nas bombas dos postos da capital. A gasolina teve uma redução de 7,16%, e o diesel de 6% no valor médio nas distribuidoras no país. Os novos valores começaram a valer desde o último sábado (1º). Apesar da redução significativa, o consumidor maceioense não sentiu diferenças no valor final. Isso porque o preço adotado pelos empresários é livre, e eles não têm obrigação de fazer reduções, mas o consumidor segue esperando que haja bom senso, e que os preços sofram reajustes positivos ao bolso. O fisioterapeuta Emanuel Celves, se locomove de automóvel diariamente. Ele informa estar insatisfeito com o alto valor que paga aos postos e lamenta por não poder fazer nada para mudar essa realidade. “Segundo o que entendi, os donos dos postos de combustíveis não precisam necessariamente repassar o valor menor aos consumidores. Mas o ideal é que haja, né? Penso que o governo deve fazer sua parte fiscalizando, mas não é isso que a gente vê. Como não tenho o que fazer, continuo aguardando a diminuição dos preços, pode ser que aconteça”, informou o consumidor. [caption id="attachment_305452" align="aligncenter" width="640"] Como consumidor, Adilson Lima reclama da celeridade com que os postos aumentam preços nas bombas e da demora quando é para baixar (Foto: Edilson Omena)[/caption] Quem também está insatisfeito com os preços repassados nos postos de Maceió é o empresário Adilson Lima. Ele reclama da celeridade do aumento nas bombas, quando há aumento nas refinarias, e na vagareza para baixar os preços quando há diminuição. “Quando é para aumentar anunciam nos jornais da televisão, mas quando há redução essa prática não é utilizada. Acho que a gente fica sempre refém dessa realidade e, ao final, quem sofre é o consumidor. Espero que haja redução, mas que não seja de 10 centavos, como sempre. O pior é que não tem ninguém que faça fiscalização e a gente como consumidor tem que aceitar. Se quiserem aumentar o valor em R$ 10 o litro, não temos alternativa e isso é uma falta de respeito”, reclamou Adilson. De acordo com o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de Alagoas (Sindicombustíveis/AL), o mercado da revenda de combustíveis é livre e a entidade não tem como intervir a respeito dos preços adotados pelos postos, pois não acompanha os preços praticados pelos postos, não opina e nem interfere em questões relacionadas a preços de combustíveis. Informou ainda que preza pela livre concorrência e pela livre iniciativa, e repudia qualquer prática contrária a tais valores. Para finalizar, afirmou a missão do Sindicombustíveis/AL que é de defender os legítimos interesses coletivos da categoria econômica que representa e ressaltou ainda que os preços são livres em todas as etapas (produção, distribuição e revenda), cabendo aos agentes determinar seus preços com base em suas estruturas de custo. Mudança de hábito Conforme o economista Lucas Barros, a política de estabelecimento de preços na economia capitalista não é dada por bom senso, mas sim pela maximização do lucro. Ele ainda orienta consumidor a reduzir o uso de automóvel, afim de que ao final do mês, os gastos com combustíveis não pesem no bolso. “Certos bens são difíceis de serem substituídos, ou deixados de consumir, no máximo podem ser economizados. Minha sugestão é que o consumidor passe a utilizar menos daquele bem, como é o caso do combustível”, aconselhou.