Economia

Barracas que vendem bolachas são padronizadas

Em Maragogi, guloseimas tradicionais e conhecidas nacionalmente são comercializadas às margens de rodovia

Por Texto: Claudio Bulgarelli – Sucursal Região Norte com Tribuna Independente 13/04/2019 08h54
Barracas que vendem bolachas são padronizadas
Reprodução - Foto: Assessoria
Quem passa pela rodovia AL 101 Norte, no trecho urbano de Maragogi, dá logo de cara, no povoado de São Bento, com dezenas de vendedores das famosas bolachas de Maragogi, uma delícia conhecida nacionalmente. Alguns quilômetros adiante, nas proximidades da Praia do Camacho e bem além, quase já em Maragogi, mais vendedores, dessa vez aqueles que vendem os inconfundíveis bolinhos de goma, ou sequilhos. Eles ficam às margens da rodovia, na maioria sem uma proteção, somente uma mesa e uma cadeira e no máximo uma coberta de palha de coco. Em meio a esses personagens que já fazem parte do panorama da cidade, muitos deles simples vendedores, se encontram também artesões que fabricam suas próprias bolachas e bolinhos de goma. E com o intuito de viabilizar um projeto de padronização das barracas e oferecer cursos de qualificação profissional, a Prefeitura de Maragogi, por meio da Secretaria Municipal do Trabalho, Emprego e Geração de Renda (Setegre), se reuniu com os trabalhadores que comercializam esses produtos para apresentar o modelo da barraca. Um modelo de barraca foi apresentado para que os trabalhadores participantes pudessem observar, sugerir, aprovar ou reprovar o modelo apresentado. Após a exposição, foi feita uma simulação demonstrando a facilidade na montagem e desmontagem da mesma. A secretária municipal do Trabalho, Márcia Fidélis, comentou a importância da reunião e do benefício que a mudança vai proporcionar aos trabalhadores. “O nosso objetivo é trabalhar para organizar todos os vendedores de forma ordenada, beneficiando-os com barracas padronizadas”. Doces ou salgadas, não faz diferença: as famosas bolachas de Maragogi não passam despercebidas pelos visitantes. Famosa por suas piscinas naturais, a cidade também é conhecida por um daqueles quitutes do tipo “é impossível comer um só”. Disponíveis nos sabores doces e salgado, as bolachas de Maragogi conquistam o paladar de turistas com suas várias camadas de massa crocante e se transformaram em um suvenir comestível que é indispensável para quem visita a Costa dos Corais. Produção da iguaria foi iniciada na década de 1950 A iguaria começou a ser produzida na década de 1950, sendo vendida, na época, no balcão da mesma padaria em que a bolacha era feita — localizada no Centro de Maragogi. Há cerca de 20 anos, diante do grande número de pedidos de encomendas do produto, o comerciante Claudinel Lira Pinto, 55 anos, resolveu registrar a marca e começar a embalar a bolacha, que logo ultrapassou os limites territoriais de Maragogi. Em se tratando de iguarias, a marca registrada de Maragogi, decididamente, não são as deliciosas peixadas oferecidas pelos diversos receptivos da orla da cidade e nem pelos restaurantes espalhados pelas deslumbrantes praias do município. Tem preparo e sabor bem diferentes. E nenhum ingrediente vem do mar. São os sequilhos – para os nativos. Ou bolinhos de goma – para os turistas. Fabricados de forma artesanal e desenhados a mão feito pequenas obras de arte, é produto legítimo made in Maragogi distribuído para outros estados do país e com notoriedade nacional. Apesar da fama e do sabor, não há muito segredo no processo de preparo desses doces. As fábricas que os produzem, em sua maioria, são instaladas nas próprias residências. E os ingredientes são bem conhecidos: amido de milho, leite de coco, margarina, gema de ovo e açúcar. Simples assim. A mágica, diria, está no toque, na habilidade dessas “artistas da culinária”. A guloseima típica da região é o bolinho de goma, semelhante aos sequilhos consumidos no Sul do país, feitos com mandioca e leite de coco. Os doces, em formato de concha, são produzidos no povoado de São Bento e vendidos em bares, restaurantes, lojinhas e praias. A receita com goma de mandioca, margarina, açúcar e ovos, dizem, é herança do período em que holandeses estiveram na região.