Economia
Dólar fecha no menor nível em seis meses, a R$3,09, com otimismo de investidores
Na mínima, moeda marcou 3,0825 reais, menor nível intradia desde 21 de março

O dólar caiu e terminou no menor nível em seis meses, abaixo de 3,10 reais, com os investidores animados após as vitórias recentes do governo no Congresso, que podem ajudar na votação da reforma da Previdência, e depois de Antonio Palocci afirmar em depoimento que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha uma conta de propinas com a Odebrecht.
O dólar recuou 0,24 por cento, a 3,0945 reais na venda, menor nível desde os 3,09 reais de 21 de março. Na semana, a moeda cedeu 1,67 por cento.
Na mínima, a moeda marcou 3,0825 reais, menor nível intradia desde 21 de março (3,06 reais). O dólar futuro tinha queda de cerca de 0,20 por cento.
“Condições financeiras ainda frouxas lá fora são ventos a favor, ainda. Por aqui, o noticiário tem fortalecido o governo Temer, e afasta, em alguma medida, o ‘risco-eleições’”, avaliou a corretora Guide em relatório.
O governo conseguiu avançar nesta semana no Congresso com a aprovação da mudança das metas fiscais e também com a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que contribuirá para o ajuste nas contas públicas ao reduzir os subsídios dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Com isso, cresceu o otimismo dos investidores para aprovação da reforma da Previdência. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que vai pautar sua votação para outubro, após análise da reforma política pelos deputados, segundo a imprensa.
Os investidores também ficaram mais animados com as eleições do próximo ano, depois que cresceram as chances de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não disputar o pleito em meio à delação do ex-ministro Antonio Palocci. Lula é considerado um candidato menos comprometido com o ajuste das contas públicas.
Em seu depoimento ao juiz federal Sérgio Moro, Palocci disse que a Odebrecht estabeleceu uma conta de 300 milhões de reais para Lula e o PT para manter uma boa relação com o governo durante o mandato de Dilma Rousseff.
Os investidores também acompanhavam a trajetória do dólar no exterior, com queda firme ante uma cesta de moedas, depois de já ter cedido na véspera, levando a um ajuste aqui no Brasil, que não operou por causa do feriado do Dia da Independência.
A perspectiva de que um novo aumento de juros nos Estados Unidos possa não acontecer neste ano favorece a manutenção de recursos em praças mais atrativas, como a brasileira.
“Há algum suporte nessa região de 3,08 reais. Mesmo com otimismo, mercado vai se questionar se é hora de ir a 3,05 reais. Continuo vendo um intervalo de 3,10 reais a 3,15 reais”, informou o operador da H.Commcor, Cleber Alessie Machado.
O Banco Central não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão. Em outubro, vencem 9,975 bilhões de dólares em contratos de swap cambial tradicional --equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.
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