Economia

Dólar opera em baixa, de olho em dados sobre o trabalho nos Estados Unidos

Na véspera, moeda norte-americana fechou em queda de 0,4%, a R$ 3,1475

Por G1 01/09/2017 16h25
Dólar opera em baixa, de olho em dados sobre o trabalho nos Estados Unidos
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar opera em baixa ante o real nesta sexta-feira (1º), após o relatório do mercado de trabalho norte-americano reforçar apostas de que o banco central dos Estados Unidos voltará a subir os juros somente no próximo ano, segundo a Reuters.

Às 15h59, a moeda norte-americana caía 0,12%, vendida a R$ 3,1436.

"O Fed quer ver pelo menos uma pitada de inflação antes de retomar sua trilha de alta de juros e, pelo menos nestes números, isso não estava lá", afirmou o economista-chefe da gestora canadense CIBC, Avery Shenfeld, em nota, de acordo com a Reuters.

A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos desacelerou mais do que o esperado em agosto, após dois meses consecutivos de altas fortes. Foram criadas 156 mil vagas fora do setor agrícola, contra 189 mil em julho.

Com isso, os juros futuros de curto prazo dos Estados Unidos subiam ligeiramente nesta sessão, refletindo a expectativa de que o Federal Reserve não elevará a taxa de juros antes de meados de 2018.

No exterior, o dólar tinha leves variações ante uma cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como o rand sul-africano e o peso mexicano.

Juros maiores nos Estados Unidos têm potencial para atrair capital aplicado hoje em outras praças, como a brasileira.

"O bom indicador chinês também contribui para o otimismo com os emergentes exportadores de commodities, ajudando no recuo do dólar por aqui", afirmou o diretor de operações da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.

A China divulgou nesta sexta-feira que sua atividade industrial se expandiu no ritmo mais rápido em seis meses em agosto, segundo a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) do Caixin/Markit, devido ao aumento das encomendas para exportações e dos preços mais altos.

Cenário interno

Internamente, o IBGE divulgou nesta sexta-feira (1º) que a economia brasileira cresceu 0,2% no segundo trimestre sobre o período de janeiro a março, com a recuperação do consumo das famílias.

O cenário político interno também continuava no radar dos investidores, à espera de novas votações no Congresso Nacional na próxima semana, sobretudo o projeto que eleva a meta de déficit primário.

O mercado também estava sob a expectativa de que o Banco Central volte a atuar no mercado de câmbio por meio da rolagem de swaps cambiais, já que vencem US$ 9,975 bilhões destes contratos, equivalentes à venda de dólares no mercado futuro.

Em agosto, o BC ficou de fora do mercado porque não havia vencimentos de swaps em setembro e a moeda norte-americana permaneceu comportada, oscilando num patamar entre R$ 3,10 e R$ 3,20.

Véspera

Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,4%, a R$ 3,1475.

No mês de agosto, entretanto, o dólar acumulou alta de 0,94%, depois de cair 5,87% em julho. No ano, o dólar acumula baixa de 3,15% ante o real.