Economia

BC registra retirada de US$ 2,63 bilhões do país no acumulado de julho

Movimento foi computado até a última sexta-feira (28), restando ainda um último dia útil para fechar o resultado completo do mês de julho

Por G1 02/08/2017 17h59
BC registra retirada de US$ 2,63 bilhões do país no acumulado de julho
Reprodução - Foto: Assessoria
A saída de dólares da economia brasileira superou o ingresso da moeda em US$ 2,63 bilhões na parcial de julho até a última sexta-feira (28), de acordo com o Banco Central.

Considera apenas a semana passada, porém, houve o ingresso de US$ 251 milhões no país.

Em junho, US$ 4,3 bilhões já haviam deixado a economia brasileira.

A evasão de divisas acontece após o agravamento da crise política provocado pelas delações de executivos do frigorífico JBS e que envolvem o presidente Michel Temer. Com base nas delações, a Procuradoria Geral da República denunciou Temer por crime de corrupção passiva.

No acumulado deste ano, até a última sexta-feira, porém, o ingresso de dólares supera as retiradas em US$ 4,84 bilhões. No mesmo período do ano passado, US$ 9,05 bilhões haviam sido retirados do Brasil.

Impacto no dólar

A saída de dólares favorece, em tese, a alta da moeda em relação ao real. Isso porque, com menos dólares no mercado, seu preço tenderia a subir.

Em julho, porém, o dólar registrou queda de 5,87% sobre o real - o maior recuo mensal em mais de um ano. No fim de junho, a moeda norte-americana estava em R$ 3,31 e, no fechamento da última segunda-feira (31), foi cotada a R$ 3,11.

Segundo analistas de mercado, além do fluxo de dólares, outros fatores influenciam a cotação da moeda, como o cenário político interno e externo e o processo gradual de alta dos juros nos EUA, que tende a atrair capital para aquela economia.

O dólar opera em alta ante o real nesta quarta-feira à espera da votação na Câmara dos Deputados da denúncia de crime de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer.

"Os investidores estarão atentos ao placar de votos, que servirá de termômetro para a agenda de reformas do governo", avaliou à Reuters o analista de câmbio da Correparti Corretora, Guilherme França Esquelbek.

Interferência do BC

Outro fator que influencia a cotação do dólar são as operações de swap cambial, que funcionam como uma venda futura de dólares, ou de "swaps reversos", que funcionam como uma compra de dólares no mercado futuro.

Nestas operações, o BC faz oferta de dólares para tentar controlar a cotação da moeda e impedir grandes oscilações. Além disso, essas operações servem para oferecer garantia (hedge) a empresas contra a valorização do moeda.