Economia

Bovespa fecha em alta, mas cautela com política limita ganhos

Ibovespa avançou 0,6%, a 63.279 pontos, após ter acumulado alta de 0,29% em junho

Por G1 03/07/2017 18h57
Bovespa fecha em alta, mas cautela com política limita ganhos
Reprodução - Foto: Assessoria
O principal índice da bolsa brasileira fechou em alta pelo 4º pregão consecutivo nesta segunda-feira (3), com respaldo do cenário externo mais favorável ao risco, mas com a persistente cautela com o cenário político local limitando os ganhos, segundo a Reuters.

O Ibovespa avançou 0,6%, a 63.279 pontos.

O volume financeiro, que já vinha enfraquecido nos últimos pregões, ficou ainda menor nesta sessão e somou R$ 4,75 bilhões, com as negociações esvaziadas na parte da tarde devido ao fechamento mais cedo das bolsas dos Estados Unidos. No mês passado, o giro médio diário foi de R$ 7,01 bilhões.

Cenário local e externo

A expectativa de operadores é que o volume seja reduzido novamente na quarta-feira, quando os mercados permanecerão fechados nos Estados Unidos pelo feriado do Dia da Independência.

"O cenário externo estava mais favorável hoje e o mercado local acabou se beneficiando disso. Mas o volume tem sido muito vazio e o mercado vem subindo ou caindo com volumes muito fracos", disse à Reuters o estrategista da corretora Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira.

Em Wall Street, os índices S&P 500 e Dow Jones subiram neste pregão mais curto, com o Dow atingindo um recorde intradia diante dos ganhos das ações de energia e de bancos.

No cenário interno, o mercado segue monitorando o andamento das reformas, com a expectativa pela proximidade da votação da proposta de reforma trabalhista no plenário do Senado. Nesta sessão, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a reforma trabalhista deverá ser votada na Casa na próxima semana e que um requerimento de urgência para a matéria deverá ser analisado pelos senadores na terça-feira.

Destaques do dia

Vale PNA subiu 1,86% e Vale ON ganhou 2,24%, na esteira dos ganhos nos preços dos contratos futuros do minério de ferro na China.

Gerdau PN teve ganho de 1,17%, CSN ON subiu 1,53% e Usiminas PNA avançou 2,17%, também espelhando os ganhos do minério de ferro e do aço na China.

Petrobras PN fechou praticamente estável com recuo de 0,08%, e Petrobras ON teve valorização de 0,61%, com os ganhos nos preços do petróleo no mercado internacional sendo parcialmente ofuscados pela expectativa de prejuízo bilionário com a repactuação do Plano Petros. Também no radar estava a redução dos preços da gasolina e do diesel anunciada pela estatal na sexta-feira para mitigar as importações crescentes de combustíveis por competidores, o que deve reduzir as receitas da petrolífera.

JBS ON avançou 3,06%, entre os destaques positivos do Ibovespa. As ações da empresa têm mostrado intensa volatilidade desde o acordo de delação de seus executivos, com investidores de olho nos acordos para venda de ativos do grupo J&F, controlador da JBS. Entre os mais recentes desdobramento, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin negou pedido de liminar que pedia liberação da venda de operações de carne bovina na Argentina, Paraguai e Uruguai para a Minerva, destaca a Reuters.

Itaú Unibanco PN teve alta de 0,95% e Bradesco PN avançou 0,79%, reforçando o viés de alta do Ibovespa, dado o peso das ações na composição do índice.

Bolsa subiu 0,29% em junho

O Ibovespa fechou junho a 62.899 pontos, com avanço de 0,29% no mês. No semestre, a alta acumulada é de 4,43%.

Até meados de maio, antes de surgirem as acusações contra Temer, o Ibovespa mostrava alta acumulada superior a 10% no ano, e rondava o patamar de 67 mil pontos. No entanto, a crise política derrubou o índice para um novo patamar, ao redor de 62 mil pontos.