Economia

Eletrobras deve cortar quase 50% dos funcionários

Estatal passa por crise desde 2012, após aderir a um pacote de medidas do governo federal para reduzir as tarifas de eletricidade

Por Reuters 21/06/2017 19h58
Eletrobras deve cortar quase 50% dos funcionários
Reprodução - Foto: Assessoria
A estatal de energia Eletrobras deverá cortar quase 50% de seu quadro de funcionários em uma reestruturação para sair de uma enorme crise financeira iniciada no final de 2012, após aderir a um pacote de medidas do governo federal para reduzir as tarifas de eletricidade.

O presidente da elétrica, Wilson Ferreira Jr. disse que a redução do quadro e outros cortes de custos, além da venda de imóveis administrativos e de distribuidoras de energia do grupo, prevista para até o final do ano, deverão gerar uma economia anual de R$ 2,5 bilhões para a companhia.

"Tem saída para o grupo Eletrobras, o que não parecia no começo", disse Ferreira, que assumiu a presidência da companhia em julho do ano passado, ao participar de evento na Fundação Fernando Henrique Cardoso nesta quarta-feira (21).

Atualmente com 23 mil trabalhadores, a Eletrobras deverá chegar ao final de seu processo de reestruturação com 12 mil empregados.

Privatizações

Quase 6 mil pessoas deverão sair do grupo apenas com a venda de seis distribuidoras de eletricidade controladas pela Eletrobras no Norte e Nordeste. A companhia espera concluir essas privatizações ainda neste ano.

Outros 5 mil deverão sair em planos de demissão voluntária e de aposentadoria incentivada. Além disso, a companhia deverá obter recursos e reduzir despesas com a venda de imóveis administrativos.

Ferreira disse que a estatal prevê terminar 2017 utilizando apenas dois prédios no Rio de Janeiro ante os seis edifícios que possuia na cidade no início de sua gestão.

"Tem muito espaço para redução de custos", disse o executivo, que citou ainda cortes em cargos gerenciais, centralização de atividades e ganhos de eficiência como medidas previstas para alcançar uma meta de reduzir em 30% as despesas.

Com isso e com as vendas de ativos, que podem levantar cerca de R$ 4,6 bilhões, a Eletrobras espera reduzir a relação entre sua dívida líquida e a geração de caixa (medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização - Ebitda) para cerca de 4 vezes, ante quase 9 vezes antes do início da reestruturação.