Economia
Confiança do empresário fica estável mas não diminui expectativa de vendas
Em relação a abril, as expectativas dos empresários subiram apenas 0,02%
Após quatro meses consecutivos de elevação, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (ICEC) estagnou, em maio. De acordo com a pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio de Estudos, Pesquisas de Desenvolvimento do Estado de Alagoas, em parceria com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Em relação a abril, as expectativas dos empresários subiram apenas 0,02%. Apesar de mínima, a elevação demonstra que a conjuntura nacional favorável dos dados nos dois últimos meses, quando a confiança dos empresários da indústria, comércio e serviços teve bom desempenho.
Na análise do assessor econômico da Fecomércio, Felippe Rocha, o bom desempenho dos quatro primeiros meses perdeu espaço para o novo contexto desencadeado pelo aprofundamento do desemprego, o aumento da inadimplência e a redução do consumo. “As pesquisas do Instituto Fecomércio apontam diminuição das compras nas últimas datas comemorativas. Esse comportamento começa a fazer efeito no horizonte de curto prazo dos empresários e a diminuir suas expectativas de médio prazo, ou seja, até o final do ano”, disse.
A possível votação das reformas trabalhista e previdenciária, o novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) orçado em R$ 59 bilhões, a iminência de mais um Refis já sendo discutido entre os setores do comércio e o governo federal e o indicativo do novo presidente do BNDES no sentido de destravar o crédito da instituição para a iniciativa privada e investimentos são notícias que agradam os empresários e contribuem para uma potencial melhora das expectativas.
Contexto
A estagnação da confiança do empresário acontece no mês em que se comemora o Dia das Mães e às vésperas do Dia dos Namorados; datas que criam expectativas maiores sobre o consumo e a receita do comércio e acabam incentivando, em curtíssimo prazo, pequenos investimentos e a contratação de temporários. Como reflexo, a pesquisa do Instituto Fecomércio sinaliza que houve ligeira melhora de 2,84% neste subindicador (investimento e contratação).
“Percebe-se o forte indicativo de contratação em relação ao mês de abril justamente pela espera dos empresários de um bom período de vendas no Dia dos Namorados”, enfatiza Rocha.
Já o horizonte de médio prazo – que equivale aos próximos seis meses – teve uma ligeira queda de 2% puxada pela crise política e pela instabilidade da na economia, criando incertezas quanto à continuidade do mandato presidencial, dos projetos de aceleração, de destravamento do crédito e do refinanciamento das dívidas empresariais.
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