Economia
Dólar fecha em alta nesta 5ª, de olho em corte na Selic e crise política
Moeda subiu 0,32%, a R$ 3,2467 na venda
O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (1), após abrir os negócios em queda e mudar de rumo pela manhã, com o mercado ainda monitorando pistas sobre o rumo das reformas econômicas no Congresso em meio à crise política envolvendo o governo de Michel Temer. Investidores repercutem ainda o corte da Taxa Selic pelo Banco Central, anunciada no dia anterior, de 11,25% para 10,25%, de olho também na divulgação do resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre.
A moeda norte-americana subiu 0,32%, a R$ 3,2467 na venda. Veja a cotação do dólar hoje. Na semana, a moeda acumula queda de 0,57% e no ano, há leve recuo de 0,09%.
Na mínima do dia, o dólar chegou a R$ 3,2152, o que estimulou investidores a comprar a moeda e acabou resultando na inversão da queda. Segundo a agência Reuters, quando o dólar atingiu a mínima da sessão, começaram a entrar compras e isso fez com que o recuo da moeda fosse perdendo força gradualmente, até virar para o positivo. "O dólar ficou barato e tudo o que fica barato aparece comprador", justificou o diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik
O dia também foi marcado por baixa nos preços do petróleo, o que também ajuda a puxar o dólar para cima.
Crise política ainda pesa“A gente tem o evento da crise política ainda criado volatilidade no mercado e hoje, mais do que isso, alguma coisa se pode dizer a respeito do corte da Selic, que vai enfraquecer a moeda por causa dos juros menores”, diz André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos.
No comunicado divulgado na quarta-feira, o BC sinalizou que deve promover reduções menores de juros no futuro por conta do aumento das tensões políticas, incorporadas ao chamado "cenário básico".
A economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif, afirmou que o BC foi “sensato” em seu comunicado. “Ele admite, naturalmente, que não sabe para onde vai o câmbio, em um contexto internacional favorável que mitiga o impacto da crise”, disse em relatório. Segundo a analista, “é possível que a atividade econômica seja mais afetada que a taxa de câmbio” pela crise política.
Alta do PIBO dia também foi marcado pela divulgação do PIB do primeiro trimestre, com crescimento de 1% frente aos três meses anteriores. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, houve queda de 0,4%.
André Perfeito afirma que o impacto dos dados sobre o mercado de câmbio não foi significativo. “Olhar o PIB é olhar para o retrovisor. Não que o número de 1% seja ruim, até que é bom dentro da atual conjuntura. ”
BC não interfereO Banco Central não anunciou qualquer intervenção para o mercado de câmbio para esta sessão, por ora. Em julho, vencem US$ 6,939 bilhões em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.
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