Economia
Bovespa opera em baixa nesta quinta; tensão política e confrontos pesam
JBS sobe mais de 14% em meio a rumores sobre venda de ativos do grupo J&F
Às 16h, o Ibovespa caía 0,46%, a 62.963 pontos.
Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 0,95%, a 63.257 pontos. Nas duas sessões passadas, o Ibovespa acumulou alta de cerca de 2,6%, segundo a Reuters.
A percepção de que o Legislativo está comprometido em manter o andamento das reformas tem guiado o movimento de ajuste desde que o mercado acionário desabou mais de 8% na semana passada após a divulgação de conversa entre um dos sócios da JBS e o presidente Michel Temer.
JBS sobe mais de 13%Por volta das 16h, a JBS liderava as altas do dia, com valorização de mais de 14%, em sessão novamente marcada por volatilidade e leilão dos papéis na bolsa, em meio a receios sobre a governança corporativa desde as delações de seus executivos e expectativas sobre vendas de ativos do grupo controlador.
O jornal "O Estado de S. Paulo" publicou nesta quinta-feira que o grupo J&F Investimentos cogita vender sua participação nas empresas Alpargatas, Eldorado e Vigor. Em nota, a J&F "nega que está vendendo ativos".
Na véspera, o Ministério Público Federal (MPF) recusou R$ 4 bilhões, oferecidos pelo grupo J&F para firmar um acordo de leniência com o órgão.
As ações da JBS perderam um terço de seu valor ao longo do último mês, embora tenham se recuperado nas últimas sessões.
Outros destaquesSuzano e Fibria eram outros destaques de alta, com avanço de mais de 6%. Na véspera, as duas empresas anunciaram aumento nos preços de celulose.
Na outra ponta, Cyrela Eletrobras caíam ao redor de 4%.
As ações preferenciais da Petrobras recuavam quase 2%, com o mercado repercutindo o anúncio da empresa de que exercerá direito de preferência em três áreas na segunda e na terceira rodada de licitações do pré-sal, que serão realizadas sob regime de partilha de produção em 27 de outubro.
Itaú Unibanco também recuava ao redor de 2%.
Crise política e protestosNa quarta-feira (24), os ministérios em Brasília foram esvaziados após tumultos violentos entre policiais e manifestantes que protestavam contra o presidente e as reformas. Temer autorizou então o uso das Forças Armadas na capital, mas revogou a decisão nesta quinta-feira.
Ainda na quarta, em protesto à presença de militares na Esplanada, a oposição abandonou a Câmara. Com o plenário esvaziado, os deputados conseguiram aprovar sete medidas provisórias, incluindo uma que autoriza o reajuste salarial para diversas categorias de servidores públicos federais.
Relembre a criseO Supremo Tribunal Federal (STF) aguarda a conclusão da perícia no áudio gravado por Joesley Batista, dono da JBS, para julgar o pedido de Temer para suspender o inquérito contra ele. O presidente é investigado por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça
Os advogados do presidente, porém, dizem que os áudios são "imprestáveis" e que não veem mais necessidade da suspensão. Eles afirmam que preferem que a investigação continue para "provar a inocência" de Temer, que já declarou que não vai renunciar.
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