Economia

Dólar opera com instabilidade, de olho em crise política e juros nos EUA

Na terça-feira, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,31%, vendida a R$ 3,2662

Por G1 24/05/2017 16h09
Dólar opera com instabilidade, de olho em crise política e juros nos EUA
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar opera instável em relação ao real nesta quarta-feira (24), com os investidores ainda de olho no rumo das reformas econômicas no Congresso em meio à crise política envolvendo o governo de Michel Temer. A volatilidade se acentuou à tarde, após a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos.

Às 15h39, a moeda norte-americana subia 0,04%, cotada a R$ 3,2675.

Mais cedo, a moeda chegou a oscilar. "O dólar opera com volatilidade ao longo do dia diante das incertezas políticas. No momento, o câmbio parece ter encontrado um patamar de equilíbrio próximo dos R$ 3,25, enquanto as definições do cenário político e seus impactos sobre as reformas seguem em aberto", disse o gestor da GGR Investimentos, Rafael Sabadell.

Analistas e operadores dizem que a aposta do mercado é que a crise não vai comprometer a aprovação da reforma da Previdência e a trabalhista.

"Está ganhando força no mercado a crença na solução através de eleição indireta com um nome de consenso, que deve manter a tramitação das reformas estruturais", afirmou à agência Reuters o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, referindo-se a uma eventual substituição de Michel Temer na presidência da República.

“Nos últimos dias, a perspectiva de uma transição política relativamente controlada, mesmo que ainda dominada por incertezas, traz um pouco mais de segurança para os investidores", disse Rafael Sabadell, em nota."A percepção de que a agenda de reformas possa progredir mesmo que em ritmo lento diminui o impacto recente sobre o câmbio, juntamente com as atuações do BC nos últimos dias."

No Congresso, os aliados do governo tentam dar ares de normalidade aos trabalhos e, na véspera, aprovaram a medida provisória que permite o saque de contas inativas do FGTS. Além disso, o relatório da reforma trabalhista foi considerado lido na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Cenário externo

O mercado também repercute a ata da reunião do banco central dos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed). Os membros do órgão concordaram que deveriam suspender o aumento das taxas de juros até que vejam provas de que a recente desaceleração econômica foi transitória, destaca a Reuters.

O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com juros mais altos por lá, o país atrairia recursos aplicados em outros mercados, como o Brasil. Assim, um aumento das taxas nos Estados Unidos motivaria uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.

Intervenção do BC

Diante da maior calmaria, o Banco Central brasileiro anunciou leilão de até 8 mil swaps cambiais tradicionais - equivalentes à venda futura de dólares -para rolagem do vencimento de junho. Por enquanto, não anunciou leilão de novos swaps, como ocorreu nos três últimos pregões, destaca a Reuters.

Na véspera, a moeda fechou em queda de 0,31%, vendida a R$ 3,2662.